Distinção n. 1: O que é Política?
Distinção n. 2: O que as pessoas
de bem devem esperar dos governantes?
Distinção n. 3: Os verdadeiros
fundamentos da Filosofia Política.
Distinção n. 4: A Filosofia
Política de Platão.
Distinção n. 5: A Filosofia
Política de Aristóteles.
Distinção n. 6: O problema das
ideologias totalitárias.
Distinção n. 7: Sim e Não. Sim à
Liberdade, Não à Ditadura Cultural.
Distinção n. 1: O que é Política?
Analisar-se-á questões envolvendo
o tema “o cristão e a política”; e a primeira distinção - uma distinção basilar
-, é a resposta à pergunta: o que é política?
1. A resposta à pergunta: “o que
é política?”, é baseada no princípio fundamental daquilo que se estabelece como
ordenação da vida social e cultural do ser humano; Aristóteles define o ser
humano como um “animal político”, isto é, um ser que é e está envolvido na
política; com isso, a política é tema fundamental da vida humana enquanto vida
em comunidade; donde, é um erro alguns afirmarem que não se discute política
por isso ou por aquilo; ou ainda, por aqueles que dizem que fulano ou ciclano
não pode falar de política; não se pode falar de política se não souber de
política; aliás deve ser fundamento de toda boa política prezar pelo ensinamento
a todos sobre os fundamentos do que é a política. Se os seres humanos tem se
viver em sociedade, o que é imperativo, então, é necessário falar de política.
2. A política pode ser entendida
de dois modos: enquanto ciência e enquanto arte; enquanto ciência, é o estudo
das relações de poder e dos princípios que constituem a governança pública; por
isso, fala-se em ciência política, que por sua vez, desdobra-se também em
filosofia política, que basicamente é uma análise filosófica da razão de ser da
política. Enquanto arte, a política é o meio do bem governar, a arte do viver
em sociedade, pois, enquanto arte, a política tem um determinado fim, isto é, a
política é algo que vai além do mero jogo de poder e de intrigas que tem tomado
conta do cenário hodierno; este fim, ou propósito, é o “para quê” a política
existe.
3. Além disso, a questão da arte,
da tékhne como os gregos a chamavam, envolve duas questões básicas, dois
adjetivos que vem amalgamados a noção de arte, a saber: “oikonomiké” e “politiké”
(Aristóteles, Econômicos, 1343a); “oikonomiké” significa
basicamente a arte de administração doméstica, donde provêm o termo economia; e
“politiké” significa basicamente a arte de administrar a pólis, a
cidade, o estado. Por isso, a política enquanto arte, depende tanto da
economia, pois, uma política que se oriente com vista ao progresso da economia,
do crescimento econômico e do bem-estar geral disponível a todos, sempre será
fruto de uma boa política e uma boa política há de fixar-se no crescimento e na
liberdade econômica, na conhecida questão do livre-comércio. Este é um dos
princípios fundamentais e constitutivos de um Estado de Direito que quer
crescer, progredir e se desenvolver. E é também o princípio fundamental que nós
cristãos devemos ter ao analisar a política que regula este ou aquele
candidato, ou este ou aquele partido; pois, uma política que busca esclerosar
os meios de produção, que busque interromper o livre-comércio e obnubilar o
crescimento econômico, não é uma política verdadeira, e sim uma política sob a
influência de ideologias nefastas; por isso, nós cristãos não podemos aprovar a
política envolta em ideologias nefastas.
Distinção n. 2: O que as pessoas de bem devem esperar dos governantes?
1. A resposta à pergunta: “o que
as pessoas de bem devem esperar dos governantes?”, necessita novamente de se
voltar a definição de política. Política é “a arte de viver em comunidade”
(a definição é de John Stott!); pois, na vivência das relações interpessoais e
intercomunitárias, é necessário além da ordem, a manutenção desta ordem tanto
com leis quanto com governantes que procurem velar por estas leis bem como
procurem o bem estar de sua respectiva nação, sem ferir a justa-medida do bem
estar de outra nação; mas, os magistrados e as potestades políticas, tem por
função fundamental levar adiante este princípio da política, isto é, do da
vivência comunitária com ordem e decência; evidentemente, sem utopias ou ideias
mirabolantes, mas os princípios da ordem e da decência, são fundamentais no
entendimento sobre a política e no exercício de uma política que não envergonhe
aqueles a quem ela deve representar.
2. Demais, os princípios de ordem
e da decência, devem permear a compreensão que nós cristãos devemos ter da
política; uma política com ordem não deixará espaço para a desordem da da
corrupção; uma política com ordem não se tornará elemento de manipulação
ideológica como o marxismo-comunismo faz; uma política com decência, os
próprios políticos hão de pelo menos ter um pingo de hombridade no exercício da
função; uma política com ordem e decência, os políticos ditos conservadores, se
darão pelos menos a tarefa primordial de também estudarem e lerem bastante,
para ter com que falar com o povo e o que defender de seus valores e ideais.
Esta é, em linhas gerais, a definição prática do que as pessoas de bem devem
esperar de seus governantes sob o ponto de vista de uma consciência cristã.
3. Com isso, as pessoas de bem
devem esperar dos governantes aquilo que de modo natural deve estar imbuído na
contextura do exercício ou da magistratura ou da potestade política; a
Escritura fornece muitos princípios de ajuizamento, entre os quais, vale
mencionar, pelo menos seis aspectos básicos:
(I) é Deus quem estabelece reis e
é Deus quem tira reis (Dn 2.21), portanto, os políticos devem estar conscientes
que estão numa autoridade sob a soberania divina e não como déspotas, mas
submissos ao Deus Todo-Poderoso, o soberano do universo.
(II) os líderes políticos devem
buscar sabedoria (Pv 8.15-16), pois, sem a sabedoria não há como se governar de
forma equilibrada e decente, para que o povo não venha a cair (Pv 11.14), isto
é, para que o povo não venha a sofrer com as decisões políticas.
(III) sobre a liderança política
sábia reponta a dissipação dos conselhos ímpios (Pv 20.26), isto é, sobre uma
liderança política sábia os maus intentos e as tentativas de destruição são
dissipados.
(IV) a verdade, a honra e a
bondade guardam o líder político da desonra e da infâmia do mal (Pv 20.28).
(V) a liderança política não deve
buscar riquezas e tesouros desonrados, pois, isso destrói a integridade
requerida da liderança política, pois o líder político que aborrece a avareza e
a ladroagem, certamente prolongará seus dias (Pv 28.16).
(VI) a liderança política deve
ser justa e procurar a justiça, pois, quando os líderes são justos o povo se
alegra, mas quando são ímpios e aborrecem a justiça o povo geme (Pv 29.2), isto
é, o povo sofre.
Distinção n. 3: Os verdadeiros fundamentos da Filosofia Política.
1. A noção de política e do que
se deve esperar das potestades políticas e dos magistrados, demonstra a
necessidade de se falar sobre os verdadeiros fundamentos da filosofia política,
isto é, os fundamentos que devem guiar e análise e entendimento do todo da
política; quando se entende o que é política, e quando se entende o que se deve
esperar dos governantes, logo, prepara-se o caminho para o entendimento do que
é necessário se saber para uma sólida análise filosófica da política, ou pelo
menos, numa análise da política de forma integra e concreta.
2. Os fundamentos de uma
filosofia política podem ser entendidos de duas formas: a primeira, de forma
teórica; a segunda, de forma prática; de forma teórica, nos princípios que
constituem a análise filosófica da política, a saber: a política como elemento
comum na vida humana, na sociedade organizada, requer uma análise racional para
descrever como se atesta a política na verdade, isto é, em como a política está
diante e para a verdade no todo da vida humana; de forma prática, nos
princípios que constituem a concreção básica da política, a saber: a forma como
o conceito e a estruturação da política se conflui na prática da vida de uma
nação; portanto, uma filosofia política constitui-se de entendimento teórico,
nas mais diversas formulações dos filósofos ao longo da história no que estes
pensaram sobre a política (como por exemplo, filosofia política em Platão, em
Aristóteles, etc.), mas também constitui-se de entendimento prático, na forma
como o pensamento dos filósofos sobre a política se concretiza na vivência em
sociedade.
3. E é muito importante se
analisar isso, pois, quando os políticos fazem um discurso, ou pronunciam-se
contra ou favor desta ou daquela questão, então, é necessário verificar o que
está por detrás de tal discurso, que figura-se como a filosofia política de
determinado governante. A filosofia política nada mais é a filosofia de grandes
coisas que são simples; grandes coisas, porque refere-se a governança de uma
nação; coisas simples, porque são expressões corriqueiras e comuns no cotidiano
das pessoas de bem. Sir Winston Churchill assevera de forma inconfundível: “Todas
as grandes coisas são simples. E muitas podem ser expressas numa só palavra:
liberdade; justiça; honra; dever; piedade; esperança”.
Nesta expressão de Churchill
estão os valores que devem ser buscados e correspondidos pelos políticos;
políticos que não buscam estes valores e/ou estão filiados e ligados a partidos
que estão impregnados com a filosofia marxista-comunista e coisas similares,
ainda que digam o contrário, sempre se voltam contra os valores centrais da
filosofia política racional, pois, os fundamentos do marxismo são delineados
para a destruição dos valores eternos e de toda a ordem da criação. Deste modo,
políticos ligados a filosofia marxista estão sempre mentindo e surrupiando a
ordem da realidade em prol de mentiras as quais eles próprios são frutos. Por
isso, não existe filosofia política racional no marxismo, apenas destruição e
corrupção. Os verdadeiros valores da filosofia política são expressos por estes
“vocábulos” delineados de forma sábia pelo gênio das letras inglesas: vocábulos
estes, que devemos ouvir dos bons políticos, não apenas como expressão de
frases e/ou palavras de efeito, mas como sinônimos de compromisso com a
verdade, a integridade, a honra, a justiça, o dever, a piedade, a esperança e a
liberdade; valores fundamentais que devem estar enraizados nos que estão
inseridos na contextura política, e que devem sempre ser observados por todo o
povo.
Distinção n. 4: A Filosofia Política de Platão.
Para interpretar, de forma bem
sintética e introdutória o pensamento político de Platão, havemos de nos deter
rapidamente em três de suas obras: (1) “Górgias”, onde Platão apresenta
a retórica; (2) “A República”, onde Platão apresenta o Estado Ideal; (3)
“As Leis”, onde Platão amadurece seu pensamento discorrido tanto no
Górgias quanto na República (e em outros escritos) e apresenta uma síntese mais
profunda e equilibrada. Analisemos rapidamente, pois, cada um destes escritos
de Platão:
1. Platão, no Górgias,
apresenta a questão sobre a retórica, onde Platão apresenta “Górgias”
(por isso, o título do diálogo é Górgias), o antigo orador de Atenas, a partir
da compreensão da disputa de Sócrates sobre a retórica; Górgias era um grande
orador, mas era um eminente sofista. Por isso, Sócrates apresenta
diferentemente de Górgias, o verdadeiro uso da linguagem, isto é, a linguagem
como instrumento de verdade, em oposição a Górgias, que conquanto fosse um
grande orador, apresenta a linguagem como instrumento de poder, e como
consequência, como instrumento de manipulação. É também por isso que Platão
apresenta a expressão de Sócrates, quando este considera-se como um único que
entre os atenienses procura realizar a verdadeira arte política, e o único,
entre aqueles que são seus contemporâneos que a prática. Por isso, as
invectivas de Sócrates contra Górgias, fazem com que o verdadeiro valor da
retórica, e o verdadeiro valor do político sejam demonstrados, a saber: a
retórica, a linguagem, a política, o exercício da potestade política, devem ser
instrumentos da verdade e não instrumento de poder tirânico. Esta diferença
básica é percebida na confrontação entre os sofistas - entre os quais o próprio
Górgias, e ainda no diálogo Polo e Cálicles -, e os filósofos - entre os quais
Sócrates e Platão (e depois Aristóteles) -, no exercício do verdadeiro
entendimento da linguagem; sem as demagogias sofistas e sem as safadezas
marxistas.
2. Já em “A República”,
Platão apresenta o Estado Ideal; este diálogo parte da busca pelo conceito de
justiça, o qual, faz com que o diálogo gire em vários círculos concêntricos,
desde o antônimo de justiça, a injustiça, até os mais diversos aspectos, pelos
quais se pode compreender a justiça bem como a injustiça, isto é, através de
temas políticos, psicológicos, etc. Deste modo, Platão ascende na compreensão e
na explicação dos diversos regimes políticos, os quais são também expressão
singular das características da alma humana, e discorre sobre eles, a fim de
demonstrar a própria contribuição, o que Platão define como o Estado Ideal, ou
a cidade bela. E esta cidade bela para Platão existe a partir da harmonia na
alma dos homens, que se concretiza então na expressão do que os cultores da
vida social e política devem fazer para que esta harmonia seja preservada e
assim se forme e se mantenha a cidade bela. E esta harmonia, é fruto das
livres-decisões nas quais tanto os políticos quanto os cidadãos a exercem em
função e a partir da razão natural. Nesta harmonia, que depois, em “As Leis”,
Platão chamará de justa-medida, é que nasce a verdadeira saúde, tanto na alma
quanto na pólis, sendo a cidade expressão do estado de alma de seus cidadãos, o
que, por sua vez, se concretiza também no conceito de justiça. São por estas
características que fazem com que “A República” de Platão seja considera
utópica, ou um idealismo sonhador. Enfim, sendo ou não idealismo - não se vai
entrar neste mérito aqui -, em “A República”, Platão esboça o pensamento
político que estabelecera desde a juventude e na fase de transição de seu
pensamento, sob a influência de Sócrates, para, então, prosseguir para a fase
de maturidade, para a elaboração de suas próprias ideias.
3. E por fim, na obra “As Leis”;
esta obra, do período de maturidade de Platão, onde o próprio faz concessões
que no utopismo de “A República” parecia impensável; assim, Platão,
perfaz o caminho em “As Leis” na justa-medida para a vivência no Estado,
através do que ele chama de “constituição-mista”, e também ao que ele chama de “igualdade
proporcional”. Giovanne Reale diz que esta distinção demonstra que para Platão,
o poder excessivo produz o absolutismo tirânico e a liberdade demasiada (em
termos bíblicos, a libertinagem) acarreta em demagogia ou em sofismas
libertários; por isso, em “As Leis”, Platão mescla, faz uma “síntese”, a
justa-medida, entre a liberdade com a ordenação, da liberdade sob o princípio
de autoridade, ou seja, da liberdade sob os auspícios das leis. Por isso, em “As
Leis”, Platão como que estabelece uma “fórmula matemática”, a saber: o
respeito a liberdade, em confluência com o respeito às leis, pois, só existe
liberdade no respeito às leis.
Nesta obra também, Platão ascende
no ponto mais alto que um filósofo, um pensador racional pode ascender, a
saber: a compreensão racional que existe um ser superior, que existe Deus; e
que Deus é a “justa-medida” para todas as coisas. Por isso, o “idealismo” de
Platão, principalmente no que diz respeito a sua ética e a sua doutrina
política, ganha conotações singulares de um “realismo” (realismo, mas realismo
platônico), quando Platão apresenta a questão da “justa-medida” e do princípio
da liberdade na existência política e na vida comum no Estado. Por isso,
podemos falar da filosofia política de Platão como um idealismo teórico e
funcional, que torna-se, em linhas gerais, em realismo prático de um ideal
sonhador.
Distinção n. 5: A Filosofia Política de Aristóteles.
Aquilo que Platão fizera em
relação a filosofia política em “As Leis”, no desenvolvimento de sua
filosofia política, apresentou-se como um idealismo teórico, que torna-se, ao
fim da vida de Platão, em realismo prático de um ideal sonhador. Mas, a
concreção plena da filosofia na prática, num realismo que se integra em todo os
campos do saber, Platão não conseguira fazer, porque também não foi seu
objetivo. Todavia, foi o que guiara o seu discípulo mais famoso, Aristóteles.
Por isso, é necessário entender a filosofia política de Aristóteles, talvez o
homem mais inteligente de todo o ocidente, e por isso, chamado pelos
escolásticos medievais de o Filósofo.
1. O Filósofo, fala que o homem é
um animal político; isto é, o ser humano é um ser que em sua existência vive em
comunidade, e tal vivência, fazem dele um animal político; e esta vivência, que
perfaz toda a vida humana, seja a vida privada, na administração doméstica, a oikonomiké,
até a vida social, na administração da pólis, a politiké; pois, a casa,
o lar, é o fundamento da vida na pólis; donde o ser humano, na existência de
sua vida, ser tanto um animal “oikonomiké”, quanto um animal “politiké”.
Por isso, estão amalgamados tanto o bem do ser humano quanto o bem do Estado,
sendo este proveniente daquele. O Filósofo fala que o bem do ser humano é da
mesma natureza que o bem do Estado, donde, se formar aquilo que Aristóteles
intitula “o mais belo e o mais divino” fim da “cidade bela”, porque sai da
esfera da vida privada, da vida pessoal, e vai para a esfera da vida social, da
vida comunitária; Platão dissera que a pólis é expressão da alma humana;
Aristóteles pega este princípio e torna-o em singular distinção aplicando-o de
forma realista àquilo que se coaduna como o bem do ser humano, a saber: a
felicidade; portanto, se existe o bem do ser humano, tudo aquilo que emana da
vida humana, as relações domésticas, e as relações sociais e intercomunitárias,
formar-se-á o Estado, que por sua vez, também deve velar por este bem. E o
Estado só é realmente um Estado propriamente dito quando vela por este bem.
2. Para o Filósofo, o fim, o
propósito do Estado, é moral; portanto, a vida orgânica da sociedade tem um
fim, a saber: um fim moral; e todo fim moral é um fim em direção as virtudes,
na prática destas por aqueles que fazem parte da sociedade, a saber, os
próprios seres humanos; é isto que para o Filósofo é o ideal supremo do Estado;
em linhas platônicas, porém num realismo mais dinâmico, o Filósofo fala sobre o
ideal supremo que o Estado deve almejar, que por sua vez, é abalizado pela
moral, na busca as virtudes, o que leva ao caminho do “justo-meio”, a fim de
que haja paz e a vivência leve todos os cidadãos a fazer as coisas belas, o que
também remete o que diz Platão em “A República”. Por isso, o Filósofo
diz que o fim do Estado é o bem supremo do homem, a felicidade na vida moral e
intelectual. Esta é a função positiva do Estado; o Estado existe em função do
ser humano, e não o ser humano em função do Estado; o Estado está para o bem
dos homens; por isso, o ser humano como animal político, está no Estado, porque
vive em comunidade, e nesta vivência, o Estado, que existe para o bem dos seres
humanos, também é visto como suporte, isto é, como fornecedor daquilo que pode
proporcionar este bem dos homens, a saber: através da educação, da justiça e da
segurança - características fundamentais de um Estado saudável e que visa o
crescimento. Esta é, em linhas gerais, a filosofia política em linhas
platônicas-aristotélicas, que influenciará toda a filosofia política posterior.
Distinção n. 6: O problema das ideologias totalitárias.
1. Após se entender o idealismo
de Platão, que torna-se um realismo de um ideal sonhador, e entender o realismo
de Aristóteles, que torna-se um idealismo de um realista-idealista, pode-se perceber,
em linhas gerais o problema das ideologias totalitárias, porque elas ferem
tanto o idealismo quanto realismo necessário a vida humana, pois, as ideologias
totalitárias, ou criam uma utopia inimaginável como o socialismo-comunismo, ou
então, um realismo desumano, um realismo puramente materialista, que fazem as
pessoas definharem sem as necessidades básicas para a sobrevivência, que matam
tanto os valores quanto os ideais presentes na alma humana, tornando assim os
seres humanos, em seres imbecilizados. Por isso, as ideologias totalitárias - o
comunismo, o fascismo e o nazismo -, colocam ou as pessoas em um estado de
sonho, enganando as pessoas sobre as verdadeiras razões de tal ideologia, tal
como aconteceu com o nazismo na Alemanha; ou então em um fanatismo
materialista, como aconteceu com o comunismo na Rússia.
2. Mas o problema das ideologias
totalitárias não é somente em questão de destruição da inteligência, o que por
si só já é o maior dos males; mas também, é o enfraquecimento da religião, da
verdadeira religião, do cristianismo, a religião da inteligência; pois, as
ideologias totalitárias, querem destruir as bases da civilização, para então,
implantarem a revolução; deste modo, a religião, particularmente o
cristianismo, torna-se empecilho a revolução marxista; por isso, o marxismo
tenta destruir o cristianismo; todavia, o marxismo não tenta destruir o
cristianismo fazendo frente a frente como numa trincheira; o marxismo tentou
fazer isso, e perdeu; todavia, na mudança de estratégia marxista no século XX,
o marxismo passou a tentar destruir o cristianismo e a sociedade a partir das
entranhas dos mesmos; com infiltração no cristianismo, e tentativa de destruir
o cristianismo por dentro, e com manipulação na cultura a fim de destruir a
célula-mater da sociedade, a família. Por isso, os políticos que seguem ideologias
totalitárias sempre tentam dissimular as mesmas, sob pretexto de bondade, ou
por isenção fingida, tal como acontece em países dominados pelo marxismo
cultural, como aquilo que se chama de “centro”, entre a direita e a esquerda -
só existe “centro” entre a direita e a esquerda, em países culturalmente
sóbrios, sem a dominação cultural, pois, em países onde há a dominação
cultural, o “centro” é sempre massa de manobra do marxismo; todavia, aqueles
que seguem ideologias e filosofias que tentam destruir a religião e a família,
nada tem de bom para trazer para a sociedade e para a vida das pessoas.
3. Assim, qualquer ideologia
totalitária além de ser anti-cristã também é anti-racional; toda ideologia
totalitária luta contra a revelação de Deus e contra a razão humana; por isso,
toda ideologia totalitária é uma esquizofrenização moral, intelectual e
cultural; as ideologias totalitárias colocam as pessoas em estado de sonho para
destruí-las; por isso, jamais podemos aceitar nenhuma ideia ou filosofia
política aliada a ideologias totalitárias; ainda que, no julgamento de muitos
não se tenha um político ou líder magistrado em quem possam confiar
politicamente, todavia, não é motivo para se render a políticos com ideologias
totalitárias; não é defesa ou apologia em prol de algum político, mas a
valorização daqueles que ao exercerem a vocação pública, a fazem com dignidade
e respeito aos valores fundamentais do ser humano; pois, não se pode relegar a
displicência de se apoiar políticos que apoiam ideologias totalitárias pelo
simples fato de um outro político não agradar os gostos pessoais; os políticos
não tem de agradar os gostos pessoais, ou caprichos peculiares de cada um, mas
sim tem de ser homens e mulheres honrados que buscam conservar os valores
fundamentais (lembrando a expressão de Churchill: justiça, honra, esperança,
piedade, liberdade) que transmitem e velam pela dignidade humana como seres
criados a imagem de Deus, e que foram criados para viver em liberdade, e não
sob o chicote de alguma ideologia totalitária.
Distinção n. 7: Sim e Não. Sim à Liberdade, Não à Ditadura Cultural.
Na estrutura destas reflexões
simplórias sobre o cristão e a política, chegamos a derradeira distinção,
pronunciando: sim e não; uma estrutura dialética que permite-nos demonstrar o “Sim”,
como resposta afirmativa e positiva à liberdade; e o “Não”, como resposta
negativa e com veemente rejeição à ditadura cultural. Portanto, “Sim” à
Liberdade, e “Não” à Ditadura Cultural.
1. Sim. Sim à liberdade; sim ao
livre-comércio; sim a liberdade econômica; sim ao crescimento; sim a liberdade
de consciência; sim a justiça; sim a honra; sim a esperança; sim a piedade; sim
a verdade; sim a intelectualidade saudável e viçosa; sim a religião; sim a
Igreja; sim ao progresso equilibrado; sim a educação (isto é, sim a educação
plena e as artes clássicas); sim a segurança; sim a saúde; sim a família; sim
ao casamento entre homem e mulher, tal como Deus criou; sim aos partidos e
políticos que buscam conservar os valores e os ideais fundamentais da vida
humana; sim para as pessoas de bem que procuram viver e que trabalham para
sustentar suas famílias; e muitos outros “sims” para todas coisas boas e
simples da vida, que proclamam a dignidade humana e velam pelo bem-estar geral
e pela ordem e a decência.
2. Não. Não à ditadura cultural; não ao intervencionismo absoluto; não a destruição; não a proibição do livre-comércio; não a dissimulação hipócrita por partes das potestades políticas; não a injustiça; não a ladroagem; não a desonra; não a destruição da inteligência pelas ideologias marxistas; não a tentativa de destruir os valores fundamentais da vida humana; não a destruição da educação (isto é, não, não, não, não a Paulo Freire!); não a destruição da saúde; não a ideologia de gênero; não ao aborto; não aos partidos e políticos com filosofia marxista; não para aqueles que querem roubar os direitos fundamentais e dignitários dos seres humanos; e muitos outros “nãos” para tudo aquilo que provêm da filosofia marxista e do comunismo.
Por isso, pronunciamos “Sim” e “Não”; sim para as coisas boas e belas da vida; não para as coisas ruins que tentam destruir os seres humanos. E que possamos integrar tanto o “Sim” quanto o “Não” em nossas preferências e análises políticas, que certamente nos livrará nos erros perniciosos das ideologias políticas.
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