“Lança o teu cuidado sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado” (Sl 55.22).
Prólogo.
1. A todos aqueles que passam dificuldades,
sofrimentos e situações dificultosas, eis uma palavra de esperança: confie no
Senhor! Entregue teus problemas a Ele! “Entrega teu caminho ao Senhor,
confia nEle, e o mais Ele fará” (Sl 37.5). Que bendita declaração!
Entregar-se a Deus, confiar nEle, e “o mais” - isto é, as coisas
necessárias (cf. Mt 6.33) -, Ele fará!
O conselho bíblico, a sentença bíblica, a ordenança bíblica, é entregar o caminho ao Senhor e ter fé de que Ele agirá. Não há nada mais precioso do que viver sob a égide desta promessa bendita, pois confiar nesta promessa é encontrar descanso remanso à nossa alma.
Parte I: A necessidade de se confiar em Deus.
2. Como se sabe, a vida não é
feita apenas de bênçãos, mas também de provações; todos passam por sofrimentos;
mas, àqueles que creem em Cristo, tem a bendita promessa dEle em suas vidas do
consolo e da proteção do Senhor; por isso, as Escrituras ensinam sobre a
certeza de que se deve entregar os caminhos ao Senhor, conforme o salmista
ensina; e, concomitante a isso, temos o texto inicial lido: “Confie os teus
cuidados ao Senhor”. Ah! que maravilha; uma salutar e útil exortação a
entregarmos nossos cuidados, nossos temores ao Senhor; porém, este salmo traz
uma benção, uma gloriosa promessa para o nosso coração quando confiamos em
Deus, a saber: “e Ele te susterá”.
3. Quando confiamos nossos
cuidados ao Senhor, ele nos sustenta em meio as dificuldades, ainda que
pensemos que devemos sair dela, mas quando não, Ele nos sustenta, e não somente
isso, Ele fará aquilo que lhe apraz, e quanto compreendemos isso temos paz, e
paz imarcescível. Esta deve ser a nossa atitude em meio aos cuidados da vida.
Podemos exemplificar isto, como o povo de Israel saindo do Egito, em certo
ponto eles se encontraram com o inimigo vindo atrás, e o mar na frente, então
clamaram ao Senhor, ao passo que o Senhor fala: “Então disse o SENHOR a
Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem” (Êx
14.15). Diante das dificuldades da vida e dos sofrimentos, a palavra do Senhor
é para confiar nEle, e marchar de acordo com esta confiança, no compasso desta
confiança, com humildade, destemor e alegria.
4. Assim é a vida cristã, marchar diante das dificuldades com a certeza da proteção e do sustento divino. Marchar com esta confiança, é caminhar em direção ao céu, mesmo passando pelos mais terríveis vales e provações; marchar com esta confiança, é fazer dos vales locais de bênçãos, como diz o salmista: “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados, o qual, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques” (Sl 84.5-6).
Parte II: O propósito das aflições.
5. Todavia, em meios as
dificuldades, quantas vezes não se age com imprudência, e por isso, muitos
perdem a paz, ficam excessivamente ansiosos, e em muitos casos, acabam por
fazer coisas que não se deve fazer, cometendo pecados e coisas similares que
provêm da ansiedade; mas, o Apóstolo aconselha: “Não estejais ansiosos por
coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de
Deus, pela oração e suplicas, com ação de graças” (Fp 4.6); bem como, em
outro lugar é feita a exortação: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de vós” (1Pe 5.7).
Diante dos sofrimentos, a
ansiedade pode se avolumar sobre a alma e o coração, e assim, impedir que a
mente encontre a segurança e a firmeza da confiança em Deus; por isso, se
diante dos sofrimentos, a ansiedade bater a porta do coração, confie em Deus,
para que a paz de Deus seja uma sentinela que protege a mente e o coração dos
efeitos terríveis da ansiedade; pois, quando há entrega a Deus e confiança a nEle,
mesmo diante dos sofrimentos, tem-se a bendita promessa: “E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.7).
6. Portanto, a confiança em Deus
deve ser perfeita, cabal e completa, ainda que diante de aflições e tormentas
dificultosas; pois, as aflições sempre tem um propósito; muitas vezes não se
entende esses propósitos de início, mas devemos confiar em Deus e entregar
nossos cuidados a Ele, pois Ele nos susterá; Ele jamais permitirá que o justo
seja abalado.
Além do que, nada pode separar o
fiel de seu Senhor, como diz o Apóstolo: “Quem nos separará do amor de
Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez,
ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas
estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm
8.35-37).
Então, o que é exortado aos fiéis é a confiança plena e total em Deus, independentemente do tipo de provação que se lhes acomete; quanto mais aguda é uma provação mais glorioso é o seu propósito. “Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co 4.17).
Parte III: Conclusão.
7. E, por fim, em suma, três
coisas devem permear a meditação e a ponderação sobre o cuidado do Senhor para
com seus servos:
Primeiro, devemos pedir a Deus
que abençoe os nossos planos, mas esperar sempre a Sua solução é o melhor
remédio para curar nossas inquietações. “Peça a Deus que abençoe os seus
planos, e eles darão certo” (Pv 16.3 NTLH).
Segundo, devemos confessar a Ele
nossos temores; pois, nEle está nossa segurança e refúgio. “Deus é o
nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente na angústia” (Sl 46.1).
Terceiro, devemos nos alimentar
da promessa consoladora contida no salmo lido inicialmente, que Ele “jamais
permitirá que o justo seja abalado” (v. 22b). Podem correr os rios, soprar
os ventos, a fornalha ser esquentada sete vezes mais, e quando isto acontecer
devemos crer na promessa divina e exercitar a nossa confiança no Senhor. “Quando
passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não
te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá
em ti” (Is 43.2).
8. O convite e o ensino de se
confiar em Deus, em toda a Escritura, é amalgamado com a promessa de Sua
presença consoladora e confortadora; aliás, o próprio Senhor Jesus, prometeu
que enviaria o Espírito Santo para ser o Consolador (cf. Jo 14.16, 26), para
ser Aquele que caminha junto e que consola aqueles que creem, principalmente
diante das lutas e provações.
O Espírito Santo não está
distante em momentos de lutas e provações; pelo contrário, em momentos de lutas
e provações, Ele se faz mais próximo e mais achegado daqueles que o buscam e que
nEle confiam. Na verdade, o deleite do Consolador também é ser Ajudador dos
eleitos em suas lutas e provações.
9. Portanto, que o cuidado do
Senhor seja sempre objeto de estudo, e de constante e perseverante meditação,
pois, isso nos ajudar a entender como guardar a mente e o coração através da confiança em Deus,
em quem se tem uma âncora firme, a qual alegra o coração e dá vigor a alma (cf.
Hb 6.18-19).
E que o Espírito Santo nos conduza a um entendimento mais aprofundado sobre como Deus cuida de Seu Povo, com um cuidado amoroso, paterno e consolador, e que isso conforte a nossa alma. Amém.
Em julho de 2013.
OBS: Este foi o primeiro sermão que preguei e anotei; embora tenha pregado um sermão antes, em agosto ou setembro de 2012, a respeito da salvação em Jesus Cristo disponível a todos os homens; todavia, este sermão eu não anotei; então, o Sermão Ele Te Susterá, como foi o primeiro a ser anotado e foi preservado, fica sendo o Sermão 1.