Prólogo
Um dos escritos mais interessantes da idade média
sobre a vida de estudos e meditações, é um opúsculo de Hugo de São Vítor
(1096-1141); Hugo foi um importante teólogo e místico do século XII; além disso
também foi cardeal; suas obras traspassaram o tempo e chegaram até os dias
atuais; devido a importância e a influência de seus escritos, chamaram-no de
segundo Agostinho.
A obra pedagógica de Hugo, em seu “Didascalicon”,
que foi amplamente utilizada na idade média, é um dos melhores exemplos do
verdadeiro método de aprendizado. É um pilar do que fora a educação cristã na
idade média.
O estudo e a análise cuidadosa desta obra tem muito a
oferecer a quem deseja seguir o caminho dos estudos. Uma obra única, e de porte
elegante; não iremos analisá-la; mas antes de prosseguir-se, observe o que o
próprio Hugo diz: “Existem duas coisas por meio das quais alguém é conduzido
ao conhecimento, a saber, a leitura e a meditação, das quais a leitura vem em
primeiro lugar, e é dela que se ocupa este livro, oferecendo os preceitos da
arte da leitura. Por conseguinte, são três os preceitos mais necessários a
leitura: primeiro, saber o que se deve ler; segundo, em que ordem se deve ler,
isto é, o quem vem e o que vem depois; terceiro, de que modo se deve ler”[1].
Como foi dito, não se seguirá na análise cuidadosa do “Didascalicon”,
mas de outra de Hugo, igualmente importante, que também versa sobre a arte da
leitura e da meditação; uma obra mais simples, no entanto, em nada perde em
elegância e grandeza; é um pequeno opúsculo, “De Modo Dicendi et Meditandi”[2]
(Sobre o Modo de Aprender e Meditar); é um texto muito interessante que contém
lições preciosas sobre o aprender e o meditar.
Assim, tecer-se-á algumas nótulas aos pressupostos
elencados por Hugo de São Vítor neste opúsculo referido.
§ 1
O primeiro pressuposto elencado por Hugo é sobre a
humildade: “Humilitas discera volenti necessaria”.
A humildade é necessária a quem deseja aprender; é o
caminho para se seguir rumo ao conhecimento. Mas porque a humildade? Porque a
humildade diz muito a respeito da postura que aquele que estuda tem de ter
diante do saber.
Se o princípio do amor pelo saber, na perspectiva
cristã, começa com a humildade, duas coisas devem ser elencadas: a primeira, a
raiz desta humildade; segundo, os pressupostos do estudante.
A primeira, a raiz desta humildade; e sobre isso o
texto sagrado é claro: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”
(Pv 1.7a). A raiz da humildade é o temor do Senhor.
A segunda, sobre os pressupostos do próprio estudante.
O próprio Hugo continua o texto interligando a virtude intelectual primeira, a
humildade, com três pressupostos advindo dela para a vivência prática do
estudante; ei-los: (1) o primeiro é que se não tenha como vil nenhuma ciência
ou nenhum texto; (2) o segundo é que se não envergonhe de se aprender de
ninguém; (3) o terceiro é que, ao alcançar-se a ciência, não se despreze os
demais.
Nestes três pressupostos do estudante, se caminha rumo
a muitos frutos bons em relação ao conhecimento, tanto que segundo Hugo, se
alcança maior sabedoria quando se quer aprender de todos. Além disso estes três
pressupostos também ajudam o estudante no caminho da veracidade e integridade
intelectual, que Hugo, para exemplificar, cita o texto bíblico: “Examinai
tudo. Retende o bem” (1Ts 5.20).
Após isso, Hugo conclui o primeiro pressuposto sobre o
modo de aprender e meditar, pronunciando sábias palavras: “Nunca presuma de
sua ciência; não queira parecer douto, mas sê-lo; busque o dito dos sábios, e
procure ardentemente ter sempre os seus vultos diante dos olhos da mente, com
um espelho”.
Este é o caminho da humildade que todo aqueles que de
dedica aos estudos tem de palmilhar com esmero e perseverança.
§ 2
O segundo pressuposto elencado por Hugo é sobre as
três coisas necessárias ao estudante: “Studenti tria necessaria”.
Hugo prossegue elencando três coisas que são
necessárias ao estudante: uma em relação a natureza do estudo; a segunda, em
relação ao exercício; e ainda sobre a disciplina da vida de estudos.
Sobre a natureza do estudo, que se analise com cuidado
o que foi ouvido, e que assim, firmemente se retenha o que foi ouvido e
percebido, meditando e ruminando o que fora aprendido.
Em relação ao exercício, deve ser cultivado o senso
natural de trabalho e diligência; é a condição natural do que procura algum
trabalho; e a diligência é uma qualidade essencial a se ter para que este
trabalho seja bem feito e produtivo.
E, em relação a disciplina, que vivendo para a glória
de Deus, se faça dos costumes, dos hábitos, um caminho para a ciência; na
verdade o melhor lustre ao móvel do estudo, é a disciplina que se manifesta em
prática e vivência.
Além disso, segundo Hugo, o estudante deve primar pelo
engenho e pela memória; os dois juntos, pois um sem o outro estará fadado ao
fracasso; eles são como as duas asas da ave, sem as quais a mesma não voa; o
engenho refere-se ao uso, que quando em trabalho imoderado é embotado, e que
quando em exercício moderado e constante é aguçado. Já memória segundo Hugo é a
firme percepção das coisas, na alma.
Além disso, a noção de memória estava presente em Santo
Agostinho; o bispo de Hipona fala sobre as maravilhas da memória; ele assevera:
“Chegarei assim ao campo e aos vastos palácios da memória, onde se encontram
os inúmeros tesouros de imagens de todos os gêneros, trazidas pela percepção.
Aí é também depositada a atividade de nossa mente, que aumente, diminui ou
transforma, de modos diversos, o que os sentidos atingiram, e também tudo o que
foi guardado e ainda não foi absorvido e sepultado no esquecimento”[3].
Por isso, Hugo dissera que a memória é principalmente
ajudada e fortificada pelo exercício da meditação e de se reter o que aprende.
Além disso, mesmo em meio as maiores vicissitudes, é
possível que a memória sirva como elemento para se chegar ao consolo; o profeta
Jeremias, em suas lamentações segreda: “Quero trazer a memória aquilo que
pode me dar esperança” (Lm 3.21).
Portanto, memorizar o que se aprende, dá esperança à
inteligência de que a mesma pode aprender mais e mais, num caminho sempre ascendente.
§ 3
O terceiro pressuposto elencado por Hugo é sobre a
meditação: “De meditatione”.
Hugo prossegue no terceiro pressuposto, anunciando as
ações que fortalecem o engenho; são duas: a leitura e a meditação.
Em relação a leitura, se estabelece pela investigação
do sentido. E a leitura, para que se fortaleça o engenho; Hugo identifica três
formas de ler, ou três tipos de leitores: (1) a daquele que lê o livro para
alguém; (2) a daquele que lê o livro para o mestre; (3) a daquele que lê o
livro por ele mesmo.
Nestes três tipos de leitores, alguns pontos devem ser
destacados: primeiro, é sobre o leitor que lê o livro para alguém; ele o faz
para que aquele que o ouve possa assimilar através de sua leitura o máximo de
conteúdo possível, e então, na interpretação da leitura, perceber as nuances da
linguagem, e da escrita do autor.
O segundo aspecto, é sobre o leitor que lê o livro
para o mestre; e o faz tanto para demonstrar o aprendizado na leitura, quando
para o mestre verificar se ainda existe alguma falta na leitura.
O terceiro aspecto, é sobre o leitor que lê o livro
por ele mesmo; é o ato do leitor que busca aprender; ele lê, e na leitura
reponta o primeiro estágio de seu aprendizado; sem leitura não há como
aprender; sem leitura, não há aprendizado; assim, o leitor se põe diante do
livro como alguém que quer aprender, e ao lê-lo o faz diante de si, como aquele
que tem de aprender do livro, e que tem de aprender a aprender do livro, bem
como guardar o que aprender em sua memória.
Nestes atos da leitura, reponta o fato de o leitor em
cada livro ter um mundo novo.
C. S. Lewis fala sobre os tipos de leitores, e o
compará-los identifica os que leem sem ler, e os que leem lendo; para ele essa
era a diferença básica entre os leitores comuns e os literatos; quanto aquele lê
de forma displicente, este lê de maneira atenciosa e proveitosa.
Lewis então, comenta a verdadeira postura do leitor
diante de um livro, a postura daquele que realmente quer aprender sobre o livro
e do livro. Ele confessa - e esta deve ser a confissão de todo leitor: “ao
ler a grande literatura, eu me torno mil homens e, mesmo assim, continuo a ser
eu mesmo. Tal como o céu noturno no poema grego, eu vejo com uma miríade de
olhos, mas ainda sou eu quem o vê”[4].
§ 4
O quarto pressuposto elencado por Hugo é sobre os três
gêneros de meditação: “Mediationis tria genera”.
Após elencar que para o engenho é necessário a
leitura, ele prossegue no segundo ponto, sobre a meditação; quem quer aprender
realmente a ler precisa também aprender sobre a meditação.
A meditação sucede a leitura, não pelos mesmos
processos da leitura, mas para cristalizá-la; Hugo diz que o princípio da
doutrina está na leitura, e sua consumação na meditação. Na verdade, no próprio
ato da meditação reponta um princípio também da vida chamada piedosa; Hugo diz:
“Quem aprender a amar com familiaridade e a ela se dedicar frequentemente
tornará a vida imensamente agradável e terá na tribulação a maior das
consolações”.
A meditação é um ponto de fundamental importância aos
meios de graça da vida cristã. O convite a leitura e a meditação nas Sagradas
Escrituras é uma regra básica da vida cristã: “Não se aparte da tua boca o
livro desta Lei; antes, medita nele de dia e noite, para que tenhas o cuidado
de fazer conforme tudo quando nele está escrito...” (Js 1.9).
E para ajudar a compreensão a respeito da meditação,
Hugo também apresenta três gêneros da mesma: (1) no exame dos costumes; (2) na
indagação dos mandamentos; (3) na investigação das obras divinas.
Em relação ao primeiro, é uma constante da vida: o
auto-exame; tantos dos seus próprios costumes, que dá origem a moral, quando
dos costumes da ordem social vigente, para saber se a sociedade caminha com
ordem ou com desordem. O auto-exame é uma característica fundamental para a
meditação. Sócrates dizia que uma vida sem reflexão não é digna de ser vivida.
Em relação ao segundo, é sobre os mandamentos; é sobre
indagá-los; não no sentido de criticá-los, mas no sentido de perguntar o que
eles querem dizer, e assim, compreender o que significam para pô-los em
prática. A indagação dos mandamentos, se torna um nexo na indagação dos
costumes, já que os mesmos tem de ter um padrão para serem analisados.
Em relação ao terceiro, é a respeito da investigação
das obras divinas; o mais sublime objeto de leitura e meditação; o mais excelso
conteúdo, ao qual o leitor submete sua atenção; o salmista declarou: “Grandes
são as obras do Senhor, procuradas por todos os que nelas tomam prazer” (Sl
111.2).
§ 5
O quinto pressuposto elencado por Hugo é sobre confiar
a memória o que se aprende: “Memoriae commendanda quae sumus edocti”.
É a memória que guarda tudo que o engenho busca, e
encontra; segundo Hugo é ela quem custodia o que foi aprendido.
A relação da memória com o aprendizado é muito
importante, já que da mesma forma como o engenho é embotado pelo mal uso, assim
também a memória pela falta de uso se embota; a memória também precisa de
exercício equilibrado para estar bem afiada, e assim, poder se entregar,
confiar a ela o que se aprende.
Mas Hugo fala de um porém; o que se deve confiar a
memória o que se aprendeu de uma forma singular, a saber: dividir o que se
aprender e recolhê-los, isto é, reduzi-los a alguns pressupostos, numa forma de
epílogo, que segundo Hugo é uma recapitulação do que foi dito; a síntese formal
do que fora abstraído.
Ainda pode-se elencar que esta ato de redução, pode
ser feito através de confiar a memória os aforismos daquilo que se aprendeu.
Por isso, sobre a memória, Agostinho diz: “Encontram-se também nela as
noções apreendidas pelo ensinamento das ciências liberais e que ainda não
esqueci [...] De fato, todas essas realidades não se introduzem na memória. São
apenas imagens colhidas com extraordinária rapidez, dispostas como em compartimentos,
de onde admiravelmente são extraídas pela lembrança”[5].
§ 6
O sexto pressuposto elencado por Hugo é sobre as três
visões da alma racional e sobre a diferença entre meditação e contemplação: “Animae
rationali tres visiones. Meditationis et contemplationis discrimen”.
Hugo elenca as três visões (formas de percepção) da
alma racional: através do pensamento, da meditação e da contemplação.
Em relação ao pensamento, este é quando a coisa se
apresenta à alma em sua imagem, seja pelos sentidos, seja através do baú da
memória. A meditação é esquadrinhar o pensamento que se teve, de forma a
apreender dele, e assim, poder explicar-se o que sobre o mesmo está obnubilado.
A contemplação é quando a alma contempla as coisas em
seus horizontes e perspectivas mais diversas e amplas. O pensamento abre à alma
a coisa que se estuda, a meditação confirma e procura entender estas coisas em
suas nuances, a contemplação abre as portas dos horizontes desta coisa.
A meditação é sempre sobre o que está oculto a
inteligência; a contemplação se dá com coisas que segundo a inteligência são
manifestas; a meditação procura buscar alguma coisa singular, enquanto a
contemplação se estende a compreensão a variadas coisas.
A meditação, para Hugo, é um desatar do que é
intricado. A contemplação, para ele, uma vivacidade da inteligência, que
possuindo as coisas, se manifesta numa visão abrangente.
Desta forma, para Hugo, aquilo que a meditação busca,
a contemplação possui.
§ 7
O sétimo pressuposto elencado por Hugo é sobre os dois
gêneros de contemplação: “Contemplationis duo genera”.
Hugo prossegue para os dois gêneros de contemplação:
um aos principiantes, outro aos perfeitos.
A contemplação dos principiantes, consiste na
consideração da obra da criação; a contemplação dos perfeitos, consiste na
contemplação do Criador. É a manifestação dos “degraus” na esfera da
contemplação: primeiro começa-se com a criação, que manifesta a glória de Deus
(cf. Sl 19.1), depois vai-se ascendendo até chegar a contemplação do Criador.
Hugo para exemplificar isso, destaca uma alegoria a
respeito de Salomão, que em seus três livros presentes na bíblia: Provérbios,
Eclesiastes e Cântico dos Cânticos.
Para Hugo, em Provérbios, Salomão principiou
meditando; no Eclesiastes, elevou-se ao primeiro grau da contemplação (a dos
principiantes); e em Cânticos dos Cânticos, transportou-se ao amor de Deus por
seu povo, e o amor do povo de Deus para com Deus.
Estas três fases elencadas por Hugo a respeito de
Salomão, ele as identifica como: a primeira, meditação; a segunda, especulação;
a terceira, contemplação.
Em relação a meditação, com a perturbação das paixões,
que obnubilam a mente inflamada pela piedosa devoção; em relação a especulação,
a novidade que fora descoberta sublima a alma em admiração; em relação a
contemplação, que alcança a doçura, e a mesma se transforma em alegria e
contentamento.
Assim, para Hugo, na meditação tem-se a solicitude; na
especulação tem-se a admiração; na contemplação, a doçura.
As três bases, sob as quais todo estudioso deve se
edificar: solicitude, admiração e doçura.
§ 8
O oitavo pressuposto elencado por Hugo é sobre as três
partes da exposição: “Tria expositione”.
Hugo então prossegue ao que ele chama de exposição; é
a parte sobre o modo de ensinar; já passou pelas formas de aprender, através da
leitura, da meditação, da especulação e da contemplação; agora vai a exposição.
Para Hugo a exposição tem três partes: a letra, o
sentido e a sentença.
A letra diz respeito as palavras, a concatenação das
palavras, que Hugo chama de construção.
O sentido é a linha simples que a letra tem diante de
si como seu primeiro semblante.
A sentença, o que a letra e o sentido procuram dizer,
é uma mais profunda inteligência, a qual não pode ser encontrada senão através
da interpretação.
Para Hugo, para que ocorra uma exposição perfeita,
requer-se estas três características: a letra, depois o sentido e depois a
sentença.
Nestes três aspectos delineia-se o ato hermenêutico
daquele que busca ensinar.
§ 9
O nono pressuposto é sobre os três gêneros de vaidade:
“Vanitatum tria genera”.
Hugo então prossegue alertando sobre os perigos da
vaidade, um mal sem par a todo aquele que quer estudar e ensinar, bem como um
alerta sobre as vaidades que se possa encontrar no caminho de estudos; por
isso, ele enumera três perigos relacionados a vaidade: a vaidade da
mutabilidade, a vaidade da cobiça e a vaidade da mortalidade.
A vaidade da mutabilidade diz respeito as coisas que
por natureza caducam, se tornam mutáveis e corruptíveis. A vaidade da cobiça
diz respeito ao amor desordenado pelas coisas mutáveis e vãs. A vaidade da
mortalidade diz respeito a condição humana, a vaidade da vida, que passa como
um sopro (cf. Tg 3.14).
Estas vaidades, respectivamente, são tidas pelo
evangelista dos segredos de Deus como as concupiscências deste mundo: a concupiscência
da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (cf. 1Jo 2.16).
Por isso, ao entender estas vaidades, deve-se
prosseguir de forma que não se deixe dominar por elas; as quais, no mais das
vezes, são facilmente sedutoras e mortíferas.
Assim, não se deve apegar a nenhuma de suas
manifestações, mas sim fugir das mesmas, e prosseguir rumo a meditação e avançar
paulatinamente aos seus estágios.
§ 10
O décimo pressuposto elencado por Hugo é sobre as
obrigações da eloquência: “Eloquentiae munia”.
Hugo fala sobre a eloquência e para tal, emprega uma
expressão de Santo Agostinho que diz que o homem eloquente deve falar a fim de
que ensine, deleite e submeta; que em suma são as normas da arte retórica.
O ensinar refere-se a necessidade, o deleite a
suavidade deste ensino à alma, e o submeter à vitória na explicação e aplicação
deste ensino.
Hugo prossegue analisando e descreve ao que se refere
estes três tópicos: um pelas coisas que dizemos, e os outros dois, pelo modo
com as dizemos; o que cumpre isto cabalmente, é verdadeiramente um homem
eloquente, isto é, é alguém que ensina em sinceridade e verdade.
No mais, Hugo elenca novamente Santo Agostinho, quando este diz que será eloquente aquele que puder ensinar o pequeno com humildade, o moderado com moderação e o grande com elevação. Em suma, nisto concerne a arte de ensinar, a qual só é dominada por aqueles que dominaram e vivenciam plenamente a arte de aprender.
***
E termina aqui estas nótulas ao “De Modo Dicendi et Meditandi” de Hugo de São Vítor. Bendito seja Deus por todas as coisas. Amém.
[1] Hugo de São Vítor, Didascalicon: Sobre a Arte de Ler [Campinas,
SP; Kírion, 2018], pág. 25-27.
[2] cf. PL 176, pág. 877-880. Quanto a este texto se tem uma
tradução disponível na internet como “O Modo de Aprender e Ensinar”, a
qual é muito boa. Por isso, se o prezado leitor quiser verificar é um texto
aberto e que está disponível para leitura na internet.
[3] Santo Agostinho, Confissões [Coleção Clássicos de Bolso. São Paulo: Paulus,
2002], livro X, cap. 8, n. 12, pág. 278.
[4] C. S.
Lewis, Um Experimento em Crítica Literária [Rio de Janeiro: Thomas
Nelson, 2019], pág. 151-152.
[5] Santo Agostinho, Op. Cit., livro X, cap. 9, n. 16, pág. 281.