Nota Inicial.
A ocorrência de fatos e de “fenômeno”
diversos necessariamente reclama uma descrição destes fatos e destes “fenômenos”
para que se possa posteriormente analisá-los de maneira mais aprofundada e
adequada; muitos “fenômenos” da sociedade não foram analisados, porque não
foram descritos, seja pelo instrumento do romance – a melhor maneira de se
descrever os “fenômenos” humanos -, seja por alguma análise
racional-descritiva; na verdade, para se conhecer os “fenômenos” tem-se quatro
etapas: descrever, selecionar, avaliar e criticar. Mas, primeiro e
fundamentalmente, a primeira etapa é a descrição.
E, um destes “fenômenos” que nunca fora
sequer descrito – salvo o engano -, é o desrespeito para com a liberdade,
chamado aqui de “inferência” da liberdade; toma-se o termo “inferência” neste
escrito não no sentido lógico, de silogismo, mas no sentido descritivo para
significar uma ação que desrespeita e interfere de maneira irracional um ato
que deveria ser tido por inviolável; portanto, se faz a descrição da
“inferência da liberdade”, para significar as ações que desrespeitam e violam a
liberdade do indivíduo, mesmo as ações tidas por mais insignificantes.
Com isso, se estabelece um escrito
descritivo, que possa servir de base para as etapas posteriores para a análise
racional do desrespeito e da violação da liberdade. Portanto, este é um escrito
que se enquadra na forma de uma descrição, que pontua o “fenômeno” e suas
características fundamentais, para que possa ser conhecido tal como é, e assim
se poder pelo menos entendê-lo como realmente é, e estruturar uma base para a
possibilidade de uma análise posterior que o aprofunde e o analise de maneira
mais aprofundada.
E isto está em acordo com o que os grandes filósofos do passado fizeram; por exemplo, Aristóteles, descrevera inúmeros fenômenos que não haviam sido descritos e estabeleceu reflexões basilares para o desenvolvimento de muitas áreas do saber; o que se propõe fazer com este escrito é basicamente o mesmo. Portanto, eis a descrição do terrível fenômeno da inferência da liberdade.
Proêmio.
1. A liberdade, como afirma Leão XIII, é um excelente bem da natureza; e
não somente um bem da natureza, que está imbuído em todos as esferas da vida,
mas também um dom da graça; portanto, a liberdade, é uma dádiva da natureza e
uma bênção imerecida da graça de Deus; e, entre os princípios que tem sido
solapados de maneira terrível está a liberdade; infelizmente, a inferência da
liberdade se tornou prática corriqueira; e, isso, sem que ninguém se aperceba
da gravidade da inferência da liberdade; portanto, se faz necessário fazer uma
análise sobre a questão da inferência da liberdade, e compreender a natureza,
os sinais e a evidência de tal prática, para com isso, se entender a gravidade
desta prática, diante da realidade, da razão e da revelação. Pois, não somente
a revelação condena tal prática, a reta razão condena com a mesma veemência.
2. Deste modo, compreender sobre a inferência da liberdade, é compreender sobre uma prática que é evidência de uma sociedade adoecida; na verdade, a inferência da liberdade é evidência de uma ampla gama de doenças sociais que são quase que imperceptíveis, mas que assolam a vida e a ordem social; portanto, compreender sobre a inferência da liberdade, é de suma importância, tanto para o desenvolvimento social e humanitário, quanto para o desenvolvimento humanístico; pois, não existe desenvolvimento social e humanitário sem o desenvolvimento humanístico; e, afirma de maneira contundente e resoluta que só existe desenvolvimento humanístico com o respeito pleno para com a liberdade; logo, onde há inferência da liberdade, o encargo do verdadeiro humanismo, inerente a vida humana, é destruído; com isso, é de extrema importância entender as nuances e questões sobre a inferência da liberdade, um mal terrível que assola a sociedade.
Capítulo I: A Definição de Inferência da Liberdade.
3. A inferência da liberdade, como fora dito, é um mal terrível que
assola a sociedade; mas, o que é “inferência da liberdade”? Qual o significado
que se deve ter em mente ao se mencionar “inferência da liberdade”? Na verdade,
uma definição básica de inferência da liberdade; e, uma definição que açambarca
três aspectos: um racional, um jurídico e um bíblico; pois, a inferência da
liberdade deve ser entendida nestas três esferas: a filosófica, a jurídica e a
teológica.
4. Em relação ao aspecto racional, inferência da liberdade é tudo que
interfira, fira e/ou vilipendie a liberdade do indivíduo, que não por outros
meios que os estabelecidos em lei, isto é, de quando se comete um crime; do
contrário, a liberdade, racionalmente, não pode ser interferida; a inferência
da liberdade, seja no mínimo ato, é sinal de rejeição a razão; e a rejeição a
razão ocasiona a morbidade da alma; e, no caso da liberdade, uma morbidade
terrível, pois, a inferência da liberdade, denota, em relação a razão, tanto a
desfiguração da personalidade de quem comete os atos de inferência da liberdade
quanto a destruição da personalidade de quem é acometido dos atos de inferência
da liberdade; a inferência da liberdade é o atestado de destruição da
personalidade, e isso, per se, é algo alarmante, tanto para quem infere
a liberdade quanto para quem tem sua liberdade inferida.
É sinal de doença grave, tão grave quanto a demência em seus estágios
avançados; pois, a demência tira a consciência da pessoa e sua racionalidade,
ao mesmo tempo em que faz que a pessoa perca o controle de suas capacidades
motoras básicas, já inferência da liberdade também tira a consciência da pessoa
e sua racionalidade, só não faz com que a pessoa perca o controle de suas
capacidades motoras básicas como na demência, mas destrói e corrompe a
dignidade, o que, per se, é ainda pior do que a demência.
5. Em relação ao aspecto jurídico, a inferência da liberdade, é proibida
por lei, já que a liberdade é um dos direitos fundamentais inalienáveis; se é
um dos direitos fundamentais, e um dos princípios imutáveis e irrevogáveis dos
direitos humanos, então, a liberdade não pode ser interferida, senão, se tem a
destruição dos direitos humanos e a destruição de um dos direitos fundamentais;
a liberdade, só pode ser interferido em casos de crimes que requeiram como pena
a prisão ou algo similar; do contrário, a liberdade, em sentido jurídico, é
intocável, tanto em relação as Constituições dos países desenvolvidos quanto em
relação aos direitos humanos; não existe constitucionalidade sem a liberdade, e
não existe direitos humanos sem a liberdade; deste modo, a inferência da
liberdade é inconstitucional, e a inferência da liberdade é contra os direitos
humanos.
6. Em relação ao aspecto teológico, a inferência da liberdade, é
condenada na Bíblia; salvo, em casos, onde a lei jurídica humana, por crimes
cometidos, requeira a retirada da liberdade; do contrário, na Bíblia, a
liberdade é parte da existência dos homens neste mundo, e um atavio peculiar da
existência eclesial; em relação a Igreja, os cristãos, existe o dogma da lei da
liberdade, onde, a liberdade é uma doutrina fundamental tanto quanto o é a
doutrina da Trindade; logo, se cristãos, em suas ações, cometem atos de
inferência da liberdade, estão renegando uma doutrina fundamental; e a
renegação de uma doutrina fundamental é apostasia, pois, renegar uma doutrina
fundamental é renegar a fé; logo, a inferência da liberdade, no sentido
teológico, é evidência de apostasia. O que, per se, não precisa se
comentar mais nada para se compreender o estado espiritual (apostasia) daqueles
que dizendo-se cristãos praticam atos de inferência da liberdade.
7. Deste modo, nestes três princípios consegue-se compreender o que é a inferência da liberdade, e sua descrição a partir dos três pilares da sociedade ocidental; logo, a inferência da liberdade, é anti-racional, é anti-jurídica (desde que não haja descumprimento da lei), e é anti-bíblica. Por isso, a inferência da liberdade é uma morbidade da alma, um terrível mal social e evidência de morte espiritual nas Igrejas.
Capítulo II: A Natureza da Inferência da Liberdade.
8. A inferência da liberdade, a partir da descrição feita anteriormente,
possui uma natureza intrínseca; isto é, todo ato de inferência da liberdade
possui uma natureza dupla: uma em relação a quem infere a liberdade, outra em
relação a quem tem a liberdade inferida; em quem infere a liberdade, se tem
delineado aquilo que fora descrito anteriormente, e as consequências que disto
resultam; na verdade, a inferência da liberdade ocasiona uma castificação
naqueles que inferem a liberdade e ocorre uma castificação naqueles que aceitam
a inferência da liberdade; isto é, cria-se um sistema cástico, onde os
inferidores da liberdade tornam-se como que “deuses” e que os que tem a
liberdade inferida se tornam como que “escravos” da vontade dos inferidores da
liberdade.
9. A natureza da inferência da liberdade, tem imbuída em si a escravidão
moral, intelectual e psíquica; a escravidão moral, porque a inferência da
liberdade sendo um vício, acaba por se tornar viciante, e torna sujeitos a
vícios terríveis tanto os inferidores da liberdade quanto aqueles que tem a
liberdade inferida.
A escravidão intelectual, porque a inferência da liberdade é um ato
anti-razão, e, assim, é um ato de destruição da personalidade, e por isso,
torna os inferidores da liberdade e aqueles que tem a liberdade inferida,
despersonalizados; na verdade, uma das consequências da inferência da
liberdade, é a predominância da imbecilidade; com isso, a inferência da
liberdade, tem imbuída tudo aquilo que provêm da escravidão intelectual.
A escravidão psíquica; ou mais propriamente, a morbidade da alma; a inferência da liberdade escraviza a psique, e torna a própria psique sujeita a todo tipo de lixo que rompe com a saúde psíquica; pois, a inferência da liberdade, sendo uma doença da alma, ao se efetivar e se tornar ato vicioso, acaba por calcificar a doença, e toda calcificação de doença na alma, gera outras doenças, e assim sucessivamente; portanto, a inferência da liberdade escraviza a psique num ato vicioso, que corrompe a própria dignidade e destrói a personalidade individual, o que, per se, é algo alarmante.
Capítulo III: Os Tipos de Inferência da Liberdade.
10. Deste modo, em complemento a compreensão sobre a natureza da
inferência da liberdade, como anti-racional, anti-jurídica e anti-bíblica, se
faz necessário entender os tipos de inferência da liberdade; na verdade,
compreender os modos que a inferência da liberdade se manifesta; embora, todo
ato de inferência de liberdade seja anti-racional, anti-jurídico e
anti-bíblico, a inferência da liberdade se torna manifesta de modos e de
maneiras diferentes; pois, nem sempre alguns atos de inferência da liberdade
são facilmente perceptíveis; logo, todo ato ou ação que infira a liberdade do
indivíduo, é inferência da liberdade, mesmo os atos e ações que aparentemente
sejam inofensivos.
11. Assim sendo, existe duas classes gerais dos tipos de inferência da
liberdade: os atos ou ações mais perceptíveis; e os atos ou ações menos
perceptíveis.
Os atos ou ações mais perceptíveis; neste sentido, são aqueles atos ou
ações que desveladamente são descritos como inferência da liberdade; e são os
atos que “descaradamente” são inferência da liberdade, tais como: privar a
liberdade de ir e vir, ou tentar surrupiar esta liberdade; censura; retirada de
direitos fundamentais sem que haja crime que a pena assim requeira; e outras
coisas mais que são açambarcadas nestas descrições gerais.
12. Os atos ou ações menos perceptíveis; neste sentido, são aqueles atos ou ações que veladamente escondem, por qualquer meio, que são atos de inferência da liberdade; e são atos “mascarados” que são inferência da liberdade, tais como: perseguir e/o ultrajar outrem para que pratique o que não quer (os chamados abusos volitivos); extravio ou manipulação de correspondência; os grampos e câmeras para vigiar e retirar a liberdade do indivíduo em sua propriedade privada; o vigiar publicamente, de maneira escondida ou manifesta, quem não cometera crimes; a violação da privacidade do indivíduo e da propriedade particular; além disso, entre os atos ou ações de inferência da liberdade menos perceptíveis, está tirar fotos e/ou gravar vídeos sem que haja permissão da pessoa para isso, ou a utilização destas fotos e/ou vídeos para algum fim; entre outras coisas que são açambarcadas nestas descrições.
Capítulo IV: As Ações dos Inferidores da Liberdade.
13. A inferência da liberdade, portanto, sempre é um mal terrível, mesmo
nas ações tidas por “inofensivas”; todavia, todos os atos de inferência da
liberdade têm sempre uma tríplice estrutura; todo ato de inferência da
liberdade sempre é anti-racional, e por isso, uma morbidade da alma; sempre é
anti-jurídico, e por isso, contra a constitucionalidade e contra os direitos
humanos; sempre é anti-bíblico, porque é renegação de uma doutrina fundamental,
e por isso, é evidência de apostasia. Portanto, as ações dos inferidos da
liberdade sempre são ações viciosas, são ações que corrompem a dignidade humana
e são ações apostasiosas.
14. Com isso, as ações dos inferidores da liberdade são permeadas pelos
ditames inerentes a estes aspectos; portanto, se pode fazer uma descrição dos
inferidores da liberdade através de suas ações; isto é, se pode compreender
qual o estado existencial dos inferidores da liberdade; as ações dos
inferidores da liberdade, portanto, estão calcificadas de três modos:
Primeiro, as ações dos inferidores da liberdade, demonstra o estado de
alma do inferidor da liberdade; e, como a inferência da liberdade é uma
morbidade da alma, então, os inferidores da liberdade são doentes psíquicos;
logo, os inferidores da liberdade estão em suas consciências no mesmo estado de
doença do que aqueles que possuem a demência; todavia, como fora dito
anteriormente, a demência se manifesta prontamente e tira as capacidades
motoras cerebrais, enquanto que a inferência da liberdade calcifica-se e aos
poucos vai destruindo a consciência e a personalidade, ocasionando
consequências ainda piores do que a demência. As ações dos inferidores da
liberdade, em sentido psíquico, são ações calcinadas num estado de alma doentio
e adoecedor.
15. Segundo, as ações dos inferidores da liberdade, demonstram o estado
da sociedade através da degradação e da destruição da Lei Fundamental de uma
nação; ora, uma sociedade onde a inferência da liberdade se torna pratica
corriqueira, é sinal evidentíssimo de que não há mais consciência de justiça
numa sociedade; e sempre que isso ocorre, logo, haverá a injustiça sendo
prática comum, tornando esta sociedade uma sociedade que caminha para a
destruição da moral e dos bons costumes; os inferidores da liberdade, praticam
todo tipo de injustiça; e, como o senso de justiça foi desfigurado, logo, em
todas suas ações e práticas, os inferidores da liberdade acabarão por praticar
todo tipo de injustiça e de males contra a lei natural.
Portanto, os inferidores da liberdade amam a injustiça e acabam por
tornar-se em destruidores do senso de justiça que outras pessoas possuem; os
inferidores da liberdade se tornam em sementeira da injustiça, e corrompem
todos os bons costumes e as boas práticas da justiça natural, em injustiça e em
evidência de destruição da ordem jurídica da realidade. As ações dos
inferidores da liberdade, em sentido sócio-cultural, são ações calcinadas por
todas as formas de injustiça.
15. Terceiro, as ações dos inferidores da liberdade, demonstra o estado espiritual das Igrejas; pois, a inferência da liberdade, quando ação praticada por um cristão, é evidência de apostasia; e assim, as práticas eclesiais, que antes eram permeadas pela fidelidade absoluta para com as Escrituras, se torna em expressão de práticas anti-bíblicas calcinadas sob a apostasia ocasionada pela inferência da liberdade; cristãos que apostatam da fé por praticarem atos de inferência da liberdade, se tornam em instrumentos do Diabo para semear entre o povo de Deus as sementes da apostasia e de práticas que desonram a Deus. Por isso, quando os cristãos se tornam inferidores da liberdade, passam a não ser mais cristãos, mas apostatas que andam semeando o caminho do inferno. As ações dos inferidores da liberdade, em sentido espiritual, são ações calcinadas pelas labaredas do inferno.
Capítulo V: As Consequências da Inferência da Liberdade.
16. Deste modo, pode-se falar sobre as consequências da inferência da
liberdade; embasado nas descrições anteriores, se enumera uma série de
consequências, tanto nos inferidores da liberdade, quanto naqueles que, de
maneira consciente, têm sua liberdade inferida; ei-las:
i. A inferência da liberdade castifica a consciência, e a torna em
expressão da libido dominandi do inferidor, isto é, onde se tem
inferência da liberdade se tem a tentativa consciente ou não, de se assenhorar
da consciência e da liberdade (personalidade) de outrem; ora, somente Deus é
Senhor da consciência; logo, se alguém, através dos atos de inferência da
liberdade, busca se assenhorar da consciência de outrem, como tais atos
demonstram de maneira apodítica, então, os inferidores da liberdade, acabam por
querer se tornar como “deus”.
ii. A inferência da liberdade, torna tanto os inferidores quanto aqueles
que tem a liberdade inferida, sujeitos a males psíquicos e morais, os quais,
por sua vez, ao serem calcificados na alma, tornam o indivíduo um ser vicioso
em práticas vis e que vilipendiam a dignidade humana; os atos de inferência da
liberdade, tornam aqueles que praticam tais atos e aqueles que se sujeitam a
tais atos, presos sob um sistema que coloca as ações humanas sob os ditames do erro,
da irracionalidade, da injustiça e da apostasia.
iii. A inferência da liberdade, ocasiona a destruição dos bons costumes;
e nos bons costumes estão dispostas as virtudes cardeais; logo, a inferência da
liberdade ocasiona a destruição das virtudes, tanto aqueles que inferem a
liberdade, tornando estes em seres viciosos e viciantes, quanto naqueles que
tem a liberdade inferida, tornando estes em seres viciados.
iv. A inferência da liberdade, é um vilipêndio a natureza humana; pois,
corrompe e destrói esta natureza; pois, como a personalidade se desenvolve com
a liberdade, ao se ter os atos de inferência da liberdade, se tem a destruição
da personalidade, ou mais especificamente, a despersonalização; logo, a
inferência da liberdade despersonaliza e acaba por tornar o ser humano um ser
irracional, as mais das vezes, pior que os animais irracionais.
v. A inferência da liberdade, vicia tanto os inferidores quanto os que
têm a liberdade inferida em práticas errôneas, e como todo vício, os dopa com o
vício da prática errônea como se fosse algo bom; e assim, os atos de inferência
da liberdade, tornam estes, supostamente satisfeitos com estes atos, os quais,
na verdade, cada vez mais destroem e corrompem a dignidade humana e transmutam
a personalidade.
vi. A inferência da liberdade torna os seres humanos subservientes a
vontade de domínio que se estabelece através dos atos de inferência da
liberdade; logo, onde há inferência da liberdade, se terá todos os tipos de
vícios que provêm da soberba calcificada que quer dominar tudo; e, pior, esta
vontade de domínio destrói a personalidade a tal ponto que gera nos seres
humanos o tender a práticas viciosas, tornando-os em animais irracionais.
17. Estas são as consequências da inferência da liberdade; na verdade,
foram enumeradas apenas algumas consequências, as quais, são, por si mesmas,
suficientes para descrever os terríveis aspectos e proposições que são parte
dos atos de inferência da liberdade; na verdade, a simples compreensão sobre a
inferência da liberdade e sobre suas consequências, são, já motivo de aterrar
todas as pessoas de bem; pois, além de doença, e ser descrita pela Lei como
crime nos mais diversos dispositivos legais, a inferência da liberdade é
evidência de apostasia.
Logo, estas consequências acima enumeradas dão um norte das consequências sociais da inferência da liberdade.
Capítulo VI: A Inferência da Liberdade e os Males Sociais.
18. Deste modo, se pode falar que a inferência da liberdade ocasiona
terríveis males sociais; não somente males na ordem social propriamente dita,
mas em todas as esferas da vida sócio-cultural, já estes males são provenientes
da contaminação inerente a inferência da liberdade; por isso, tanto o ímpeto
para o desenvolvimento cultural, quanto as próprias manifestações culturais, se
tornam contaminados; pois, uma fonte contaminada jorrará contaminação;
portanto, se as fontes do ímpeto para os desenvolvimentos culturais estão
contaminadas pela inferência da liberdade, então, as manifestações culturais
serão expressão dessa contaminação; e o qualificativo inerente a esta
contaminação são os males sociais.
19. E os males sociais provenientes da inferência da liberdade, são
subdivididos em dois grupos: primeiro, os males sociais individuais; segundo,
os males sociais coletivos.
Primeiro, os males sociais individuais são aqueles que provêm
diretamente dos inferidores da liberdade e que são entendidos a partir da
descrição acima elencada (cap. V), e que se tornam sementes que são semeadas
por onde os inferidores da liberdade passam e onde exercem alguma influência;
os males sociais individuais provenientes da inferência da liberdade se
propagam mais do que um vírus transmissível pelo ar.
Segundo, os males sociais coletivos são aqueles de quando grande parte
da sociedade passa a agir de acordo com os parâmetros instaurados pela
inferência da liberdade; quando se instaura a coletividade da inferência da
liberdade, é evidência de que a sociedade foi dominada pelos ditames da
não-liberdade, e que estes ditames se tornaram em expressão de uma sociedade
doente e adoecedora.
20. Com isso, se enumera os seguintes males sociais coletivos:
i. A rejeição a todo e qualquer desenvolvimento significativo; a
sociedade se torna castificada para o desenvolvimento, onde a mediocridade e a
imbecilidade inerentes aos inferidores da liberdade, se torna o instrumento de
aferição de medida, com os quais, nada que estiver além da imbecilidade e da
mediocridade será aceito e/ou aprovado.
ii. A formação de uma casta, de um sistema que ações, que tornará os
homens sujeitos a práticas sociais estabelecidas pela vontade dos inferidores
da liberdade; a sociedade se torna um grande conglomerado de ações que refletem
as consequências individuais da inferência da liberdade e que se padronizam
como as únicas ações aceitas e tidas por certas pelos inferidores da liberdade,
que inclusive perseguem e ridicularizam aqueles que, por algum motivo, não se
tornaram subservientes as consequências da inferência da liberdade.
iii. A instauração de uma série de práticas que corrompem a dignidade do
indivíduo, tanto em suas próprias ações quanto nas ações de outros indivíduos,
as quais, por sua vez, vituperam a personalidade e a pessoalidade, tornando os
seres humanos em seres despersonalizados e despessoalizados. Uma sociedade
despersonalizada e despessoalizada, eis um dos males sociais coletivos
provenientes da inferência da liberdade.
iv. A transmutação de seres que são humanos em seres que se julgam
sobre-humanos; pois, como o ato de inferência de liberdade são evidência de que
os homens se julgam acima da humanidade que lhes é intrínseca, então, os atos
de inferência da liberdade são a demonstração de que os inferidores da
liberdade, em suas ações, se consideram como “deus”; pois, como a liberdade
pertence a Deus, então quem infere a liberdade quer se tornar como “deus”. E
uma sociedade em que os homens se julgam deuses, acabará por ser uma sociedade
que se autodestruirá.
21. Portanto, com a descrição destes males sociais, se consegue compreender a gravidade da inferência da liberdade, tanto no individuo (cf. cap. V), quanto na sociedade; principalmente em relação a sociedade, já que uma sociedade adoecida pela inferência da liberdade, se tornará uma sociedade que não se desenvolverá e que ficará castificada sob as consequências espirituais da inferência da liberdade. Isto é, uma sociedade castificada sob as consequências da inferência da liberdade, se tornará uma sociedade sujeita a vontade de domínio de algum mago ou de algum feiticeiro, ou de algum xamã.
Capítulo VII: A Natureza Espiritual dos Atos de Inferência da Liberdade.
22. A inferência da liberdade não somente ocasiona terríveis males
sociais; a inferência da liberdade tem uma natureza espiritual; os atos de
inferência da liberdade são permeados por uma influência espiritual diabólica;
pois, se a liberdade pertence a Deus, então, a inferência da liberdade, é
tentar ser como “deus”; e, nas Escrituras, o tentar ser como “deus” é evidência
de obra do Diabo; pois, o Diabo fora quem procurara ser como “deus” (cf. Is
14.14ss; Ez 28.12ss), e é o Diabo quem tenta os homens a serem como “deus” (cf.
Gn 3.1ss), que é a raiz do pecado original. Portanto, a inferência da liberdade
tem uma natureza espiritual diabólica, sujeita a obra demoníaca.
23. Na verdade, se pode fazer esta descrição da natureza espiritual dos
atos de inferência da liberdade, através de uma figura poética, a saber,
através da descrição de Virgílio da “comoção do Aqueronte”[1];
a comoção do Aqueronte, uma descrição poética para inferno, causa a subversão
dos povos; então, ao se compreender a natureza espiritual dos atos de
inferência da liberdade, se torna clarividente que os atos de inferência da
liberdade causam a subversão da sociedade (como fora anteriormente
demonstrado); na verdade, os inferidores da liberdade causam a comoção do
Aqueronte, causam a comoção no habitat dos demônios, trazendo estes para agirem
a partir dos atos de inferência da liberdade.
24. Portanto, os atos de inferência da liberdade possuem uma natureza
espiritual que “abre” as portas para a ação diabólica; onde há inferência da
liberdade, há a ação dos demônios; e os inferidores da liberdade, se não forem
endemoninhados (com os demônios fazendo ninho dentro deles), são encapelados
(com os demônios agindo através deles). Logo, a natureza espiritual dos atos de
inferência da liberdade é a descrição precisa da ação diabólica, da ação dos
principados e potestades do mal e das hostes malignas, que buscam dominar os
homens acorrentando estes sob as práticas apostasiosas e sob o domínio do
Pecado.
A inferência da liberdade não somente é entendida a partir da ótica filosófica, sociológica e jurídica, mas também a partir da ótica espiritual, demonstrando que os inferidores da liberdade estão sob ação demoníaca, pois, os inferidores da liberdade enquadram-se nas descrições bíblicas que demonstram a natureza e o ser do Diabo e da ação dos demônios.
Capítulo VIII: A Inferência da Liberdade e a Consciência.
25. Além da natureza espiritual diabólica dos atos de inferência da
liberdade, estes atos, evidentemente, corroem a consciência; na verdade, os
atos de inferência da liberdade, corrompem e desfiguram a consciência; e os
seres humanos com a consciência corrompida, na verdade, se tornam em animais
irracionais, ou pior, em animais brutos, que perderam o qualificativo principal
da dignidade humana; a inferência da liberdade faz com que o ser humano perca
sua consciência, e a consciência perdida, desfigura a personalidade, e torna o
ser humano em animal bestializado; a desfiguração da consciência é o que
ocasiona a despersonalização e a despessoalização.
26. E, com a consciência desfigurada, não se conseguirá se ter a
percepção da gravidade dos atos de inferência da liberdade; na verdade, se a
consciência estiver desfigurada, quanto mais atos graves e destruidores forem
cometidos mais se terá uma forma de “satisfação” que vela o entendimento para a
compreensão do verdadeiro estado da consciência; Pascal chamara isso de
divertimento; quanto mais atos de inferência da liberdade mais os homens se
debruçarão nos divertimentos; e, se observa isso na prática, pois, as mais das
vezes, os inferidores da liberdade, ao praticarem atos de inferência da
liberdade, sempre como “recompensa” evocarão para si alguns divertimentos;
assim sendo, onde houver inferência da liberdade, pode haver divertimentos como
evidência de que algum ato de inferência de liberdade fora cometido.
27. Portanto, como os divertimentos são expressão da consciência
corrompida, então, se compreende a relação entre os divertimentos e os atos de
inferência da liberdade. A inferência da liberdade desfigura a consciência, nos
termos bíblicos, torna a consciência cauterizada para o entendimento da
verdade; e, o que surge da consciência cauterizada é o ímpeto para os
divertimentos. E assim, os próprios atos de inferência da liberdade, passam a
ser uma forma de divertimento para aqueles que ficaram viciados nas ações da
não-liberdade.
Os atos de inferência da liberdade que destroem a consciência e que tornam os seres humanos subservientes aos divertimentos, acabam por se tornar os próprios divertimentos nos quais os seres humanos cada vez mais se tornam despersonalizados e despessoalizados; a fonte de perdição se torna para os inferidores da liberdade a razão de seus divertimentos; esta é a consequência inominável para os inferidores da liberdade, a qual, ao desfigurar a consciência, torna o homem um ser abjeto e pior do que um animal irracional.
Capítulo IX: A Inferência da Liberdade e a Escravidão da Consciência.
28. A inferência da liberdade, ao desfigurar a consciência, acaba por
aprisionar a mesma; na verdade, a inferência da liberdade, ao desfigurar a
consciência, efetiva a escravidão da consciência; e uma consciência cativa,
ocasionará vícios terríveis na alma; o estado da consciência é a medida do
estado da alma; e, uma consciência escravizada, tornará a alma escravizada em
vícios e coisas similares; pois, a inferência da liberdade, ocasionando a
sujeição da consciência a um princípio auto-destruidor, gerará não somente a
auto-destruição, mas a destruição semeada por onde se tiver a auto-destruição
causada pela escravidão da consciência.
29. Deste modo, a inferência da liberdade, prende a consciência sob as
correntes da não liberdade; e as correntes da não-liberdade possui alguns elos;
e os elos das correntes da não-liberdade, que ao se manifestar em atos de
inferência da liberdade, efetua a escravidão da consciência, são descritos a
partir de uma tríplice conceituação: primeiro, os elos dos vícios, que viciam a
alma; segundo, os elos da práticas viciantes, que inoculam o veneno dos vícios
em outrem; terceiro, os elos das obras malignas, que semeiam o encapelamento
onde há a prática da inferência da liberdade. Estes três elos, e muitos outros,
são o que compõe as correntes que aprisionam a consciência de quando da prática
de atos de inferência da liberdade.
30. E, uma vez que a consciência está aprisionada, a gravidade das
doenças que emanarão deste aprisionamento, é medida de acordo com a gravidade
dos atos que geraram este aprisionamento; e, como são os atos de inferência da
liberdade que geraram este aprisionamento, e a gravidade destes atos, em
sentido de sobriedade psíquica-espiritual é quase que absoluto, então, as
doenças que emanarão da gravidade inominável destes atos, serão doenças
terríveis, que ocasionarão os mais terríveis e mais graves estados na alma
humana, ocasionando a despersonalização e a despessoalização; e, o que há pior
que pode acontecer a um ser humano é a despersonalização e a despessoalização;
portanto, a consciência aprisionada, aprisiona a própria dignidade humana, ao
mesmo tempo em que “tortura” esta dignidade com golpes terríveis através dos
atos de inferência da liberdade; a inferência da liberdade leva a consciência
para os campos de concentração psíquicos-espirituais.
31. Estas são as consequências da escravidão da consciência ocasionada pela inferência da liberdade; pois, a inferência da liberdade deixa a consciência inquieta, e quanto mais inferência da liberdade, mais inquietação; e esta inquietação da consciência, leva os homens a buscarem indulgências do Diabo; tal como Victor Hugo sabiamente descrevera: “Há consciências tão inquietas que chegam a procurar indulgências do Diabo”[2]; estas imorredouras palavras de um dos mestres da literatura francesa, demonstram o estado de consciência dos inferidores da liberdade; quanto mais praticam atos de inferência da liberdade, mais se envolvem da escravidão da consciência, e, com isso, ficam tão atormentados, que pedem indulgências ao Diabo ao praticarem cada vez mais, e cada vez de maneira mais crescente, os atos de inferência da liberdade.
Capítulo X: A Inferência da Liberdade e o Sistema Comunista de Domínio Sócio-Cultural.
32. A inferência da liberdade, se torna este mal terrível na sociedade,
porque ideologias nefastas, como por exemplo o comunismo, principalmente o
comunismo, buscam implementar aspectos de um sistema para o domínio
sócio-cultural; pois, como os atos de inferência da liberdade trazem
consequências terríveis, o comunismo busca inocular o veneno de tal prática,
para a medida que os seres humanos enveredarem por estes caminhos, crie-se um
ciclo vicioso; pois, os atos de inferência da liberdade, criam um ciclo vicioso,
no qual se aprisiona as consciências, e, por consequência, as ações humanas, o
qual, por sua vez, serve de instrumento para o domínio comunista.
O ciclo vicioso de práticas viciantes que se institui a partir da
inferência da liberdade, coloca a sociedade em um sistema de práticas viciosas
que fica sujeito a vontade de domínio do comunismo. Donde, o comunismo se
utilizar da implementação da inferência da liberdade para dominar as ações
humanas em determinada sociedade.
33. Deste modo, o comunismo, que em si é uma doutrina anti-liberdade,
sempre procurará implementar meios para que a não-liberdade seja instaurada; um
destes meios, a maneira mais eficaz de viciar uma sociedade nas práticas da
não-liberdade, é inocular a prática viciosa da inferência da liberdade; pois, a
medida que se vai praticando os atos de inferência da liberdade, a sociedade se
torna expressão de apostasia, a qual gera a apostasia cultural; e uma vez que a
apostasia cultural está inoculada na sociedade, quase tudo que este sociedade
produzir, seja na esfera das artes, da política, etc., será expressão de
apostasia cultural; e, isto influencia quase que absolutamente a existência
eclesial; pois, as mais das vezes, os cristãos não conseguem se aperceber, por
falta de conhecimento e de percepção, dos princípios da apostasia cultural, os
quais, permeiam todos os aspectos da existência eclesial uma vez que os
cristãos estão subservientes aos ditames da apostasia cultural. Mas este é
apenas um aspecto das consequências da apostasia cultural proveniente da
inferência da liberdade, a qual permeia todas as esferas e camadas da ordem
social.
[Logo, uma vez que é instaurada a inferência da liberdade como parte da
existência de uma sociedade, como consequência ocorrerá a apostasia cultural, a
qual, influenciará em grande medida a existência eclesial (música, roupas,
princípios, ações, modos de agir, comportamentos, elementos de manipulação de
massas, etc.); pois sempre que há a apostasia cultural os elementos de
expressão da existência eclesial são permeados por esta apostasia].
34. Portanto, os atos de inferência da liberdade, de maneira consciente
ou não, acabam por servir aos propósitos do comunismo; o comunismo, ao
implementar o domínio sobre a cultura, para manter este domínio, ou para
efetivá-lo cada vez mais, semeia a inferência da liberdade, e aos poucos, a
medida da apostasia crescente e contínua, vai se auto-implementando e dominando
as camadas da sociedade, a medida que os atos de inferência da liberdade se
tornam cada vez mais a carranca de uma sociedade doente.
Uma sociedade que tem por identidade os atos de inferência da liberdade,
na verdade, é uma sociedade sujeita a vontade do comunismo, e que se torna em
instrumento de castificação a partir dos axiomas do comunismo, criando assim um
grande sistema de domínio que automaticamente subjuga e suprime qualquer ação
que se sobreleve as ações instituídas como as únicas corretas, no caso, as mais
clarividentes, as ações de inferência da liberdade; então, cria-se um ciclo
vicioso que açambarca tudo, e que torna a sociedade uma sociedade calcinada sob
as labaredas da não-liberdade.
35. Termina aqui esta explicação sobre o fenômeno da “inferência” da liberdade. Bendito seja Deus por todas as coisas. Amém.
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