13/11/2022

Atas da Breve Controvérsia sobre a Liberdade contra os Comunistas

De uma breve resposta sobre a liberdade, surgiram uma série de controvérsias, as quais são transcritas abaixo; mantém-se em oculto a identidade do outro interlocutor por motivos óbvios, e no diálogo as minhas asseverações vem designadas com a letra J, e as asseverações do outro interlocutor que questionou a proposição sobre a liberdade, vem designadas com a letra H. Portanto, a partir do referido escrito, fora feito as seguintes controvérsias, que se iniciaram com a seguinte “observação” do outro interlocutor.

 

1. H: Liberdade de expressão termina no momento que você fere o direito do próximo.

J: Ferir o “direito” do próximo com liberdade de expressão? Isto é contradição de termos; não existe ferir direito do próximo com liberdade de expressão. O direito é o mesmo para todos; se ferir o “direito” do próximo é confrontar ideias e concepções antirracionais, e por isso prejudiciais, então não existe nem liberdade de expressão e nem “direito” para ninguém. Se não há a Razão, não há “direito” de ninguém; agora, a confrontação racional, é ferrenha para os que se baseiam em mentiras e princípios anti-racionais, como os que ferem e tiram a liberdade de expressão sob o mote de “ferir o direito do próximo”.

2. H: no momento que você com sua liberdade de expressão faz apologia a tortura ou só máximo ou ameaça mesmo que verbalmente a vida de uma pessoa ou de seu filho você está ferindo o direito do outro e não é contraditório punir essa pessoa. Ser Homofóbico ou Racista em uma fala ou discurso é ferir o direito do outro e deve ser punido sim vivemos em sociedade e temos leis, temos liberdade para pensar mas expressar todas as opiniões temos que tomar cuidado pois não vivemos em uma bolha as leis surgem justamente para impor limites ao homem não somos totalmente livres para praticar qualquer ato então não é contraditório punir quem passa dos limites.

J: Primeiro, este “você com sua liberdade” é sofisma; só existe liberdade no sentido pleno, não liberdade “minha” ou “tua”; porque, esta expressão que o senhor utiliza, torna-se culposa daquilo que o senhor critica em sua expressão; porque falar “você com sua liberdade de expressão faz apologia a tortura”, pressupõe, que eu fiz esta apologia, o que, é inverdade e calúnia, e se fosse levada a sério, seria crime, o qual o senhor acusa que outros fazem; e querendo ou não, também acabou de cometer. Além disso, uma coisa é liberdade de expressão, outra é calúnia (difamar a honra ou a moral de alguém sem que este tenha cometido erro moral), e ainda outra coisa é “fake-news” (elucidações que não são baseadas em fatos e argumentos racionais); todavia, a liberdade de expressão não é medida pelo desrespeito e a infâmia com ninguém; liberdade de expressão é poder falar, e se expressar sem cometer calúnia ou “fake-news”. E ainda outro problema, porque o “ser homofóbico”, é bater e/ou maltratar fisicamente alguém por conta da orientação sexual - isto é crime; todavia, “ser homofóbico” não é criticar e a apontar a homossexualidade como pecado, o que, o artigo 5 da constituição permite absolutamente. Outra questão é que, todos os homens, indistintamente, são livres para fazer o que quiserem, inclusive se for errado; não existe lei para ferir a liberdade, existe leis para manter a ordem. Agora, se alguns, imbuídos de alguma ideologia nefasta, como o marxismo-comunismo, vivem em uma bolha, porque tudo o que advêm do marxismo-comunismo faz com que os marxistas não possam reclamar de nada, nem de desrespeito ou de “ferir o direito do próximo”, pois, é o próprio marxismo quem tira o direito primeiro e inalienável do ser humano, a saber, a inteligência.

As leis existem para proteger a verdade na esfera jurídica da vida humana; não existem leis para punir aqueles que se expressam, até mesmo porque, se a expressão por calúnia ou “fake-news” já não é expressão, mas sim, submissão cega a alguma ideologia. Aliás, o primeiro princípio dos “direitos humanos” é que somos totalmente livres para tudo, independente do que for. Novamente, questiono totalmente qualquer elucidação marxista sobre o “fazer apologia a tortura”; o que os marxistas acusam de fulano ou ciclano de “fazer apologia a tortura”, na verdade, são motes desfiguradores para designar o que os próprios marxistas-comunistas mais fizeram fisicamente ao longo da história, com Lenin, Stalin, Mao e cia., além do que, na última geração, na “apologia” a destruição da família e da Igreja; como quem apoia o marxismo quer criticar quem quer que seja que defenda ou não “apologia a tortura”, se o próprio marxismo é quem mais tortura a existência humana nos últimos 200 anos; ora para os senhores querer destruir a família e a Igreja é viável, agora criticar as práticas marxistas e comunistas tem de ser punido com prisão e coisas similares? A hipocrisia está aonde? Está nos marxistas, que são donos das expressões odiosas e depois, se ressentem como se fossem isentos; mas o marxismo não é isento dos males da sociedade; na verdade, o marxismo-comunismo, é insuperável na catalogação de torturas e crimes horrendos; o senhor é professor de história e sabe muito bem disso; o comunismo supera muito o nazismo e o fascismo juntos em relação a crimes horrendos.

E por isso, a crítica ao marxismo-comunismo é mais do que válida, até é necessária; porque, se uma pessoa adora alguma filosofia, por exemplo, a filosofia de Kant, se torna um “kantiano”, ou se adota a filosofia de Platão, torna-se um “platônico”, ou se adota uma religião, por exemplo, o Islã, torna-se “islâmico”, etc., e quando alguém adota esta filosofia ou religião, logo, torna-se participante de tudo de bom e tudo de ruim que esta filosofia ou religião oferece; quem se torna marxista-comunista é culpado de todos os erros imbuídos no comunismo; e nisto, digo novamente, o marxismo-comunismo é insuperável; no longo catálogo das maldades humanas, o comunismo é o primeiro colocado de maneira unívoca. Por isso, é de se estranhar que haja tanta “defesa” e/ou “protecionismo” para com críticas ao marxismo-comunismo, quando estas não são caluniosas e “desinformadoras”; e a maior parte das críticas para com o marxismo-comunismo não são calúnias e/ou desinformação, e são punidas como crimes hediondos; o problema está na crítica ou na atitude ditatorial daqueles que vergonhosamente defendem o marxismo-comunismo; como dizia o filósofo Olavo de Carvalho, se algum comunista realmente lesse os autores comunistas, sem dúvida nenhuma, deixaria de ser comunista.

3. H: em nenhum momento citei marxismo ou defendi só fiz uma crítica a liberdade de expressão a qualquer custo que encobre todos os preconceitos só ser humano e citei esses exemplos pois está acontecendo no Brasil atual, como intolerância religiosa partindo de algumas igrejas, homofobia, racismo, machismo, sexismo entre outras coisas esquece o marxismo um pouco você está obcecado vamos para ótica prática qualquer opinião ofensiva não é liberdade de expressão e sim uma tentativa de oprimir as maiorias.

J: Mas nem precisa citar o marxismo; só existe “critica” a liberdade sob o pano de fundo do marxismo; quem tem por cosmovisão o marxismo e é dominado culturalmente pelo marxismo é quem critica a liberdade; isto é fato incontestável; na história das ideias na modernidade, a crítica a liberdade se funda na revolução francesa ou na revolução marxista-comunista somente; em nenhum outro ramo do saber na modernidade, existe critica a liberdade; então, se houve critica a liberdade, por consequência lógica, há o marxismo. Outra questão, é que concordo plenamente com a questão de que a liberdade de expressão a qualquer custo, não se torna liberdade, mas “intolerância”; mas, lembro-lhe que “intolerância” não é expressar a crítica e a condenação de heresias; a Igreja, no caso, que é muito criticada na questão da intolerância religiosa; não somos “intolerantes”, apenas não aceito, em hipótese nenhuma, e diante de quem quer que seja, afirmarem valores que são contrários a razão e a revelação (a Bíblia), e afirmarem que estes princípios desvirtuados coadunam-se com o “ser cristão”, ou por aqueles que aceitando práticas e doutrinas errôneas, quererem afirmarem-se sem serem criticados e condenados como hereges (isto é, que estão contra a Revelação) e/ou “imbecis” (isto é, que estão contra a Razão). O fanatismo é fruto de uma crença religiosa ou ideológica que não é fundada na razão e em alguma revelação; agora, nenhuma das críticas que teço ao marxismo, e são centenas, é fundada em fanatismo, porque todas são fundamentadas, primeiro na Revelação, na história e na tradição, e segundo são fundamentadas na Razão. Portanto, apoiado pela razão e pela Revelação, não há nada de fanatismo em condenar e demonstrar o desvario de tais doutrinas e/ou práticas. O que só não se pode fazer é violentar fisicamente, ou obrigar fulano ou ciclano a fazer alguma coisa, o que não significa que, por parte dos cristãos, que tenham de aceitar práticas erradas em nome da “tolerância”.

4. H: o cristianismo ao dizer que as práticas são erradas estão justamente acabando com a liberdade quem na verdade quer controlar a liberdade é a própria religião pois o que é errado para religião não necessariamente é errado juridicamente. Repito não estou discutindo marxismo e sim a Liberdade de expressão sobre a ótica das ideias Iluministas.

J: Dizer que práticas são erradas não é acabar com a liberdade; acabar com a liberdade é obrigar ou não a praticar alguma coisa; se todos são livres para praticar o que quer que seja, logo, todos são livres para criticar; que liberdade é essa que os senhores marxistas defendem que existe para praticar o erro, mas não existe para criticar o erro. Em relação a questão do que é “errado” para a religião não ser errado juridicamente, é questão de distorção do fundamento racional do Direito; o Direito não propugna matéria em questões religiosas, mas o Direito é fundamentado na Razão e na Natureza; e nisto a ciência jurídica se coaduna com o cristianismo; o Direito tem de preservar a ordem da Natureza e seguir a linha da Razão, pois, do contrário, não se saberá o que produz juridicamente, e precisará de que a religião, no caso o cristianismo, intervenha e demonstre os desvarios do Direito, não religiosamente, mas racionalmente; a fonte do Direito é a lei moral natural e a razão, e não a Revelação; e as críticas que teci a ordenações jurídicas, não provêm da Revelação, conquanto sejam sempre a luz desta, mas sim críticas racionais; e nisto, estou apoditicamente correto.

E ainda, o senhor dizer que está discutindo liberdade por ideias iluministas, é dizer que está discutindo ideias a partir da descrença e da revolução ateísta; a revolução francesa, e o iluminismo, são o pregão da descrença, e sobre isso, o historiador holandês, Groen van Prinsterer, como um dos fundadores mais notáveis da ciência histórica moderna, atestou de maneira inconfundível; aliás, tudo o que o iluminismo produziu, o marxismo acoplou e sublimou; portanto, após o marxismo, não existe iluminismo em si, mas o iluminismo a partir da leitura marxista; e tanto um quanto o outro, estão totalmente errados. O iluminismo é a destruição do pensamento racional, o que se observa em Rousseau, Voltaire e Kant, e nos teóricos iluministas (e faço exposição de qualquer um dos filósofos iluministas ou idealistas demonstrando isso); além disso, apesar do lema da revolução francesa ser “liberdade, igualdade e fraternidade”, nada do que o iluminismo proporcionou tem isso; não existe liberdade sem a verdade, e não estou falando de verdade revelada, mas sim de verdade racional; e no iluminismo e nem no marxismo, não existe liberdade; portanto, qualquer defesa da verdade sob ótica iluminista é errônea e inepta.

Além disso, é claro que o cristianismo está correto; é a única religião revelada por Deus, o que se comprova por milagres confirmados e atestados pela ciência; nenhuma outra religião tem milagres confirmados pela ciência. Agora, primeiro, o cristianismo não é “intolerante”; se quem quer que seja se preocupa com o cristianismo e os cristãos “condenarem” moralmente práticas que estão contrárias a Bíblia, isto não é ser intolerante; ser intolerante é não tolerar os cristãos criticarem os erros contrários as Escrituras. E dizer que uma “forma de amor” é errada, não é intolerância; as pessoas não tem liberdade para dizer que existem “formas de amor”, e exercem esta liberdade; se os cristãos são taxados de intolerantes por criticarem estas “formas de amor”, então, quem, as pratica também são intolerantes, porque desrespeitam a moral cristã. Que “tolerância” é esta que aceita tudo menos ser criticado. Outra coisa, quando digo que o iluminismo é ateísta em sua gênese e frutos, estou, evidentemente, afirmando um princípio cristão; todavia, ao afirmá-lo não cometo “fideísmo” que é fé por fé, mas afirmo tal assertiva partindo do pressuposto da fé, mas comprovo com argumentos racionais e históricos o que afirmo a partir de minha fé. E estabelecer um debate não é difícil, pois, todo pensamento humano, goste ou não, tem um fundamento religioso, seja até mesmo o pensamento anti-religioso; não existe neutralidade religiosa no pensamento e na intelecção humana; por isso, partir de fundamento religioso não é o problema; o problema é a sustentação do argumento racional, e isto, já apontei pelo simples fato de mencionar Groen Van Prinsterer, e poderia citar outros tantos com argumentos racionais, sejam filosóficos sejam históricos.

Portanto, qualquer discussão que o senhor queira fazer, estou as ordens, pois, apesar de sempre citar e mencionar textos bíblicos e textos teológicos, não troco o argumento teológico pelo racional ou vice-versa; primeiro está a proposição teológica, o iluminismo é ateísta, depois, está a proposição racional, confirmando tal assertiva, que esta revolução é descrença e descrença não somente no sentido “cristão”, mas descrença no sentido racional, de negação a tudo o que existe, e da destruição da inteligência; como alguma ideia do iluminismo pode trazer algum benefício se tais ideias destroem e obnubilam a inteligência; a irracionalidade não é dos cristãos, mas sim dos iluministas, cegos pela deificação da razão. Portanto, se não se aceita os argumentos teológicos, que se combata os argumentos racionais, pois, apresentei, apresento e apresentarei, tanto argumentos teológicos quanto argumentos filosóficos. E a “condenação” cristã, diz respeito a práticas imorais e contrárias ao Livro Sagrado; agora, com respeito a Razão humana, o que dificulta o debate não é a condenação ao erro moral ou mesmo a completa depravação, mas sim a falta de argumentos racionais.

O senhor diz que ao me utilizar da ótica cristã, dificulto o debate; mas, o senhor não desautorizou nenhum argumento racional que utilizei, e foram argumentos breves e simples, que se estivessem errados, seria a coisa mais fácil de se fazer; quem dificultou o debate foi o senhor, que ao me criticar por me basear no fundamento de minha fé - aliás, o fundamento do Ocidente -, disse que dificulto o debate; mas, digo novamente, não me utilizei de nenhum argumento anti-científico e anti-racional; agora, os que, sob os enganos do iluminismo e do marxismo-comunismo, criticam e taxam de intolerantes aqueles que criticam as “loucuras” do iluminismo ou as loucuras do marxismo, são os que dificultam os debates; outrossim, é que, ao afirmar que “sob a ótica cristã” condene qualquer um que pense diferente, dificulta um debate científico, na verdade é outro sofisma; pois, conquanto o cristianismo condene práticas errôneas, as condena não somente por causa da revelação, mas também por causa da razão; e aqueles, que ainda cegos não acreditam na revelação, podem apelar a Razão; mas os que estão errados na Razão, ainda que taxem os cristãos de intolerantes, são ainda mais intolerantes, porque não toleram os cristãos por condenarem erros, mas aceitam estarem sobre a anti-razão; aliás, é um axioma da vida humana: tudo o que está contra a Revelação, seja no sentido moral, seja no sentido intelectual, está contra a Razão.

Portanto, a dificuldade do debate não está do meu lado, mas do lado do senhor, que ao afirmar as ideias iluministas as defende, sem delas prescindir algum erro ou a possibilidade de crítica. Se o senhor não aceite os princípios teológicos e bíblicos que me utilizo, o respeito por isso; mas, se não demonstrar algum erro racional naquilo que disse, o senhor só atesta o que afirmei, pois, ao falar que dificulto o debate por condenar práticas errôneas, o senhor está fugindo do debate racional, seja histórico, seja filosófico, seja jurídico, porque, apesar de afirmar proposições teológicas, também afirmei, e foram as que mais afirmei, proposições filosóficas, históricas e jurídicas. E como corolário, uma frase para meditação: o cristianismo é religião racional por excelência; todas as outras religiões e crenças são irracionais, a única religião racional e totalmente explicável e demonstrável é o cristianismo.

5. H: rapaz o iluminismo prega a liberdade de expressão e opinião e o uso da razão para resolver os problemas da sociedade e em nenhum momento ele quer o fim da religião ele faz críticas; agora você com certeza veio com alguns filósofos e historiadores que criticam o Iluminismo mas isso não desqualifica as ideias iluministas; eu repito o cristianismo é dogmático e essa questão de certo ou errado é muito mais ampla que uma religião que perseguiu por anos aquele que pensa diferente; por isso que acho difícil debater com ideias racionais as críticas que o cristianismo faz a sociedade, eu poderia dizer também as “loucuras” do cristianismo durante a História que matou em nome de Deus. O Iluminismo é exatamente o contrário do que você disse em seus comentários enfim prefiro debater pessoalmente um dia vamos tomar um café ali na padaria.  

J: O iluminismo “prega” liberdade de expressão, todavia, sem a verdade; e isto se prova nos escritos de todos os filósofos iluministas, seja os pseudo-cristãos iluministas ou seja nos “não-religiosos” iluministas; o iluminismo fala de liberdade, mas trouxe aprisionamento; e agora, o senhor falar em “loucuras” do cristianismo está errado; o cristianismo errou sim, foi imperfeito e pecador em muitas épocas; mas tudo aquilo que errado que o cristianismo fez, perseguir pessoas, como o caso de Galileu, todavia, não se compara a nem 10% do que o iluminismo e depois o marxismo trouxeram de calamidade e destruição ao mundo; a inquisição, ainda que criticada, e em alguns aspectos com razão, isso não nego, é bem menos perigosa para a vida humana do que as revoluções que se criaram sob os princípios iluministas. Todavia, é bom lembrar, que os iluministas, que se dizem iluminados, fizeram mais coisas erradas do que o que criticam nos cristãos; lembre-se de um fato histórico: o cristianismo esteve basicamente com a hegemonia do poder temporal, por volta de mil anos, do século VI d.C., até o século XVI d.C.; o iluminismo surgiu no século XVIII; e nós estamos no século XXI; portanto, a hegemonia cristã, que tantos falam mal e criticam trouxe menos destruição e problemas em mil anos do que o iluminismo em trezentos anos. Olhe os frutos do iluminismo: kantismo, hegelianismo, positivismo, marxismo-comunismo, existencialismo; só filosofia tropega e desfiguradora; agora observe os frutos do cristianismo: a ciência, a educação, a teologia como maior monumento do saber humano, a filosofia interpretada de maneira correta e isto nenhum “iluminado” iluminista jamais fez.

As atrocidades provenientes do iluminismo, que como o senhor diz afirmar que resolve as questões por meio da Razão, é outro sofisma; pois, se o iluminismo diz que procura resolver as coisas pela Razão, porque nenhum filósofo iluminista, seja qualquer um deles, possui uma grande obra de valor e com unidade sistêmica que quase não contenha erros racionais; nem Voltaire, que muito escreveu, nem Rousseau, que também foi escritor prolífico, ou mesmo Kant, que era protestante, possuem em suas filosofias um sistema racional que não tenha defeitos racionais; que Razão é esta que possui deficiências racionais; se comparar qualquer filósofo iluminista com Aristóteles, perdem de maneira continental; o iluminismo engana as pessoas com o mote da Razão, como se a Razão tivesse sido desprezada anteriormente; a escolástica medieval tem muito mais pensamento racional do que o iluminismo inteiro; por exemplo, Alberto Magno, e que fora bispo e teólogo, é muito mais filósofo do que Voltaire, Kant e cia.; e isto se comprova pelos argumentos racionais tecidos a partir da substância dos escritos de cada um destes filósofos em comparação com substância dos escritos de Alberto Magno. Isto apenas para citar um exemplo. Após o iluminismo veja bem, o único filósofo badalado e conhecido que realmente construiu um sistema filosófico e um saber digno do nome, sem que seja aporético e prejudicial a Razão humana, foi Edmund Husserl; que Razão é esta que o iluminismo defende.

O iluminismo não é o contrário do que afirmei anteriormente; o senhor está cego intelectualmente pelas loucuras do iluminismo, e ao contrário do que afirmei, que conheço os erros do cristianismo, o senhor sequer analisou as monstruosidades racionais e intelectuais do iluminismo; pois, o iluminismo diz que é racional, mas destrói a Razão; é como se alguém se dissesse cristão e afirmasse que não acredita em Deus; é contradição de termos. Agora, observe os frutos do iluminismo enquanto saber racional: o que Rousseau produziu de bom num todo? Nada; apenas considerações soltas. O que Voltaire produziu de bom num todo? Nada; apenas obras de valor literário, mas filosoficamente, nada de que merecesse o título de filósofo. O que Kant produziu de bom? Apesar de ser um gênio, a filosofia de Kant é aporética, e torna tudo aquilo que o iluminismo diz ser o contrário daquilo que afirma. E isso afirmo a partir de uma pura análise racional. Portanto, quem defende o iluminismo é tão “imbecil” (isto é, são anti-racionais) como qualquer dos filósofos iluministas.

6. H: quando você começa com o cristianismo está correto...

J: O cristianismo está correto tanto no sentido do pensamento religioso quanto do pensamento racional; e até agora, ninguém provou o contrário, nem em relação ao pensamento religioso nem em relação ao pensamento racional; nem os iluministas, nem Kant, nem Hegel, nem Marx ou Lenin, ou qualquer outro filósofo marxista-comunista, conseguiu desautorizar o cristianismo como religião e como saber racional. Portanto, o cristianismo está correto; a não ser que o senhor consiga provar que o mesmo está errado tanto no pensamento religioso quanto no pensamento racional.

7. H: Você cismou com o Iluminismo. E eu com o Cristianismo.

J: Cismar não; eu tenho argumentos suficientes para dizer que o iluminismo está errado e que corrompe a Razão; isto não é cismar, mas sim demonstrar que o iluminismo está errado. Agora cismar com o cristianismo é mais por questão de fé destoada do que com argumentos racionais. Todos têm o direito de discordar, mas dizer que o cristianismo é irracional, até podem, mas somente por fé, porque não existem argumentos racionais para tal; então desacreditar o cristianismo é ter mais fé do que os cristãos, porque é desacreditar aquilo que é racionalmente estabelecido, demonstrado e confirmado por testemunhos infalíveis e científicos.

E cismar, é opinar; eu não opinei; mas demonstrei, em resumo é claro, que o iluminismo é um dos males da modernidade; senão for o mal maior; enquanto o cristianismo, é um dos pilares da sociedade, sem o qual, a mesma se desintegra.

E os pilares são a filosofia grega, o direito romano e a religião cristã.

8. H: Com certeza não o Iluminismo vem abrir os olhos do obscurantismo do cristianismo e do islamismo.

J: Não, o iluminismo não abriu os olhos de ninguém; e nem o cristianismo está no obscurantismo nem mesmo o islamismo; quem mais contribuiu com a Razão humana foram cristãos e muçulmanos. Me responde uma coisa, porque nenhum filósofo iluminista é maior do que os filósofos árabes medievais, como Al-Farabi, Avicena ou Averróis? E porque nenhum filósofo iluminista é maior do que os teólogos-filósofos medievais, como Alberto, Tomás ou Scotus? Que luz é essa, que é inferior ao “obscurantismo” que dizem provir do cristianismo ou do islamismo. Contra isso, não existem argumentos. Se os filósofos iluministas não conseguem sequer serem maiores filósofos dos que os teólogos, então no que o iluminismo pode contribuir com a Razão? Simples, em nada; tanto que, ao se fazer uma breve análise, uma breve análise, das ideias surgidas filosóficas surgidas do iluminismo, um simples opúsculo de quarenta páginas de São Tomás, como “O Ente e a Essência” é suficiente para desmontar toda a panaceia iluminista.

Ou para falar no islamismo, o opúsculo de Averróis, o “Discurso Decisivo”, também é suficiente para desmontar o iluminismo inteiro como tentativa de ser saber racional. E, só lembrando o opúsculo de São Tomás foi escrito em 1252-1256 e o opúsculo de Averróis no séc. XII.

Qual dos iluministas tinha algum conhecimento da filosofia como os mulçumanos e os cristãos tinham? Nenhum; ninguém que se dissera iluminista e que estivera influenciado por este movimento dominou tão grandemente a filosofia como árabes e cristãos.

9. H: Todos ignorantes? Voltaire, Rousseau, Montesquieu, Diderot? Esses caras não tinham conhecimento? Rapaz?

J: Não, e provo isso, pelos escritos dos mesmos; não pelo que opino, mas por aquilo que eles escreveram. Uma coisa é ter talento literário, outra é o domínio da técnica filosófica e outra ainda é a edificação de uma filosofia; e a edificação de uma filosofia plena, pelos escritos destes que o senhor mencionou, salvo alguns aspectos em Montesquieu, nenhum destes tinham. Um que tinha talento literário é Voltaire, e tinha algum conhecimento filosófico, mas não tinha domínio da técnica filosófica, não como os escolásticos medievais cristãos ou árabes. Rousseau, tinha algum talento literário e aguda percepção filosófica, mas não tinha o domínio pleno da técnica filosófico, e nem edificou uma filosofia plena. Diderot, tinha o talento enciclopédico, mas de organização de informação, não de edificação de uma filosofia. Portanto, comparado estes com os escolásticos medievais cristãos ou árabes, não chegam nem perto.

E se quiser comparação real e total, estes que o senhor mencionou, são “imbecis” perto de Averróis; e isso para não citar os escolásticos medievais cristãos, para não humilhar os iluministas.

Vou fazer uma breve comparação; a enciclopédia de Diderot não chega nem perto da enciclopédia de Alsted, e este é bem mais antigo do que Diderot. A obra filosófica de Voltaire e Rousseau, não chega nem perto da obra filosófica de Averróis ou da de Santo Alberto Magno ou da de Santo Tomás. 

Deo Gratias


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Explicação do “Epigrama sobre Hegel” de Karl Marx

Proêmio   O “ Epigrama II ” ou “ Epigrama sobre Hegel ” (1837) [1] é um texto fundamental da filosofia marxiana, e é um dos textos mais...