08/08/2025

Outras respostas sobre o ato de tatuar o corpo

1. Fiquei imensamente feliz ao saber que o exmo. senhor leu o texto que escrevi, “Breve Apologia Contra o Ato de Tatuar o Corpo”; e também fiquei satisfeito ao saber que o indicara a uma senhora e que ela também lera este texto; foi um texto escrito rápido dado a ter novamente visto muitos líderes religiosos insolentes declarando permissível um ato pecaminoso, e também posto que já havia uma grande necessidade de um escrito contra o ato de tatuar o corpo; e, agora que pude, responderei as indagações que o senhor, essa senhora e outros fizeram sobre as proposições evocadas.

2. No entanto, antes de evocar estas indagações, considero por bem apresentar um discreto juízo sobre este escrito, já que tal juízo é evidentíssimo; pois, ao que parece alguns leitores não sabem sequer ler e/ou entender o que concerne a um texto escrito; pois, como o senhor deve ter percebido é um texto simples, mas apodítico, e as proposições apresentadas são em si mesmas irrefutáveis, posto estarem em ordem a reta razão; e isso sequer precisa de resposta e/ou argumentação além das proposições estabelecidas na parte 1 desta breve apologia; portanto, as indagações que surgiram além das que estão na parte 3, são expressão daqueles que tendo a inteligência destruída “raciocinam” através da vontade de poder da ideologia dominante (comunismo); e isso em si mesmo não é raciocínio, mas emburrecimento programado.

3. Além disso, alguns dos “ilustres” leitores, esbravejaram e falaram que esta breve apologia é uma porcaria, é lixo, que não vale nada e coisas semelhantes; e é estranho tal juízo de valor sobre este escrito; pois, se não conseguiram contradizer nenhuma das premissas que foram escritas, como é que querem falar que esta breve apologia é uma porcaria, etc.; ora, se falam que este texto é uma porcaria, é lixo, que não vale nada, etc., sem terem refutado as proposições nele evocadas, então, quem é porcaria, lixo e não vale nada, etc., são os que assim definiram esta breve apologia.

Aliás, a rejeição a condenação (através desta apologia) de uma prática que obviamente é pecaminosa, causou revolta tanto nos luxuriosos que passaram a permitir tal prática e que levaram milhares (senão milhões!) a pecarem soberbamente contra o corpo, quanto causou ebulição nos soberbos que praticam tal ato e ainda escarnecem quando são repreendidos; e lembrando o que diz o Apóstolo em 1Co 3.16-17, certamente, os “cristãos” e os líderes religiosos apoiadores do ato de tatuar o corpo e/ou que praticam tal ato, são na verdade artífices da destruição do templo de Deus.

4. Ora, tendo dito isso, posso evocar as indagações que foram feitas:

(1) O texto bíblico não diz que é proibido o ato de tatuar o corpo, pois o texto bíblico não utiliza o termo tatuagem ou correlatos.

(2) A fé é o que está na Bíblia; e, como a Bíblia não proíbe o ato de tatuar o corpo, então não é pecado.

(3) Alguém não deixa de ser cristão porque tatuou o corpo; por isso, falar que isso é pecado é religiosidade.

(4) A contrariedade o ato de tatuar o corpo é somente elucubração racional; prefiro ficar somente com a Bíblia; por isso, entendo não ser proibido o ato de tatuar o corpo.

Portanto, sendo essas as indagações, respondê-las-ei uma a uma.

5. [ad 1] Ora, apesar da Sagrada Escritura não utilizar diretamente o termo tatuagem, tatuar, ou correlatos direitos, a mesma fala sobre o assunto; não utiliza deste termo, pois este termo é mais moderno; assim, se a Sagrada Escritura não utiliza determinado termo, não significa necessariamente que não trate do assunto que este termo se refere, especialmente se forem palavras mais modernas; e isso não tolhe a inerrância da Sagrada Escritura. Portanto, como o texto bíblico proíbe o ato de tatuar o corpo, apesar de não utilizar do termo tatuagem, então, o ato de tatuar o corpo é pecado.

Além disso, incorre em sofisma de princípio quem arrola que a Sagrada Escritura não fala de algo apenas pelo fato de na Sagrada Escritura não se utilizar o termo que está na moda para designar este algo. Aliás, querer dizer o que a Sagrada Escritura diz ou não de acordo com os princípios do que está na moda ou não é querer colocar a fé de acordo com a vontade pecaminosa de cada um; e isto é luxuria e soberba.

6. [ad 2] A fé verdadeira é a que está embasada na Sagrada Escritura, pois quem segue o que a Escritura ensina não erra (cf. Sl 119.1-3, 9, 11); no entanto, a Sagrada Escritura é ao mesmo tempo um livro antigo e novo; antigo, porque foi escrito desde tempos antigos, e novo porque é um texto vivo, inerrante e infalível, e por isso é sempre atualíssimo; entretanto, existem termos mais modernos que não eram comuns nos tempos bíblicos; todavia, que se saiba que o texto bíblico trata de todos os assuntos humanos, embora com linguagem diferente dos linguajares dos tempos hodiernos; por isso, se um termo não está deliberadamente na Escritura, não significa que a Escritura permita ou proíba o que este termo significa e se refere.

Por exemplo, a Escritura não se utiliza originalmente o termo casamento em muitos dos textos mais antigos – tal como o do Gênesis -, entretanto incentiva e valora o casamento de maneira perfeita, apenas com termos que eram comuns na cultura antiga (na cultura antiga era costume falar se tornar os dois uma só carne para significar o casamento [cf. Gn 2.24]); e outro exemplo, a Escritura não se utiliza originalmente do termo tatuagem, mas o texto sagrado proíbe o ato de tatuar o corpo (que na cultura antiga era descrito como fazer marcas ou pinturas permanentes em si [cf. Lv 19.28]); etc.

Portanto, é parte da fé obedecer o que a Sagrada Escritura ordena que se pratique, bem como é parte da fé não praticar o que a Sagrada proíbe que se pratique. Por isso, quem não segue este parâmetro, estabelecido na própria Escritura, não está em conformidade com a fé verdadeira; e quem não está nesta conformidade não participa da fé verdadeira.

7. [ad 3] Ora, sendo a fé verdadeira a que está em conformidade com o que é transmitido na Sagrada Escritura, então quem peca deliberadamente contra os ensinamentos bíblicos não é da fé, isto é, não é cristão; por isso, alguém deixa de ser cristão se peca deliberadamente contra a fé, seja agindo contra a moral revelada seja agindo contra a reta razão; portanto, falar que alguém que se diz “cristão”, mas que tatua o corpo não é cristão, não é religiosidade, mas apenas testemunhar da verdade, o que convém a todo aquele que diz que tem fé, pois a fé verdadeira deve ser demonstrada com as boas obras, isto é, na prática da verdade e na fé vivida integralmente, já que do contrário tal fé é pior do que a fé dos demônios (cf. Tg 2.18-19).

8. [ad 4] Ora, mesmo que a contrariedade ao ato de tatuar o corpo tenha sido evocada, nesta breve apologia, primordialmente a partir de uma elucubração racional, ao se mostrar que tal ato é irracional, se consegue compreender que tal ato é contra a fé; e aceitar o juízo da razão naquilo que a reta razão pode conhecer da verdade não impugna a fé, antes a dignifica; pois, sendo Cristo o Logos (cf. Jo 1.1), então tudo o que é racional convém a fé, e tudo o que é irracional é contrário a fé.

Portanto, querer arrolar a autoridade da Escritura onde se tem a comprovação e a demonstração de irracionalidade é vituperar a própria autoridade da Escritura; aliás, quem pratica um ato irracional não tem moral e nem virtude para querer evocar a autoridade da Sagrada Escritura seja em qual assunto for.

Pois, sendo o ato de tatuar o corpo algo irracional, então é parte da fé a rejeição deste ato, já que a autoridade da Sagrada Escritura não é contra o que é racional, ao mesmo tempo em que é contra o que é irracional; portanto, ser racional também é ser bíblico e ser bíblico é ser racional, ao passo que ser irracional é ser anti-bíblico.

9. Deste modo, estas breves respostas são suficientes para responder vossas indagações, as quais em parte já estavam respondidas e explicadas na breve apologia que vós lestes; assim, espero que tais respostas os encontrem bem, e oro ao bondoso Deus que a verdade transpareça em vossas mentes e corações a fim de que não sejam confundidos por doutrinas de demônios, muitas das quais advém com aparência de piedade e com a permissividade de práticas luxuriosas (cf. 2Tm 3.5).

θεῷ χάρις


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