1. Fiquei imensamente feliz ao saber que o exmo. senhor
leu o texto que escrevi, “Breve Apologia Contra o Ato de Tatuar o Corpo”;
e também fiquei satisfeito ao saber que o indicara a uma senhora e que ela
também lera este texto; foi um texto escrito rápido dado a ter novamente visto
muitos líderes religiosos insolentes declarando permissível um ato pecaminoso,
e também posto que já havia uma grande necessidade de um escrito contra o ato
de tatuar o corpo; e, agora que pude, responderei as indagações que o senhor,
essa senhora e outros fizeram sobre as proposições evocadas.
2. No entanto, antes de evocar estas indagações,
considero por bem apresentar um discreto juízo sobre este escrito, já que tal
juízo é evidentíssimo; pois, ao que parece alguns leitores não sabem sequer ler
e/ou entender o que concerne a um texto escrito; pois, como o senhor deve ter
percebido é um texto simples, mas apodítico, e as proposições apresentadas são
em si mesmas irrefutáveis, posto estarem em ordem a reta razão; e isso sequer
precisa de resposta e/ou argumentação além das proposições estabelecidas na
parte 1 desta breve apologia; portanto, as indagações que surgiram além das que
estão na parte 3, são expressão daqueles que tendo a inteligência destruída “raciocinam”
através da vontade de poder da ideologia dominante (comunismo); e isso em si
mesmo não é raciocínio, mas emburrecimento programado.
3. Além disso, alguns dos “ilustres” leitores,
esbravejaram e falaram que esta breve apologia é uma porcaria, é lixo, que não
vale nada e coisas semelhantes; e é estranho tal juízo de valor sobre este escrito;
pois, se não conseguiram contradizer nenhuma das premissas que foram escritas,
como é que querem falar que esta breve apologia é uma porcaria, etc.; ora, se
falam que este texto é uma porcaria, é lixo, que não vale nada, etc., sem terem
refutado as proposições nele evocadas, então, quem é porcaria, lixo e não vale
nada, etc., são os que assim definiram esta breve apologia.
Aliás, a rejeição a condenação (através desta apologia)
de uma prática que obviamente é pecaminosa, causou revolta tanto nos luxuriosos
que passaram a permitir tal prática e que levaram milhares (senão milhões!) a
pecarem soberbamente contra o corpo, quanto causou ebulição nos soberbos que
praticam tal ato e ainda escarnecem quando são repreendidos; e lembrando o que
diz o Apóstolo em 1Co 3.16-17, certamente, os “cristãos” e os líderes
religiosos apoiadores do ato de tatuar o corpo e/ou que praticam tal ato, são
na verdade artífices da destruição do templo de Deus.
4. Ora, tendo dito isso, posso evocar as indagações
que foram feitas:
(1) O texto bíblico não diz que é proibido o ato de
tatuar o corpo, pois o texto bíblico não utiliza o termo tatuagem ou
correlatos.
(2) A fé é o que está na Bíblia; e, como a Bíblia não
proíbe o ato de tatuar o corpo, então não é pecado.
(3) Alguém não deixa de ser cristão porque tatuou o
corpo; por isso, falar que isso é pecado é religiosidade.
(4) A contrariedade o ato de tatuar o corpo é somente
elucubração racional; prefiro ficar somente com a Bíblia; por isso, entendo não
ser proibido o ato de tatuar o corpo.
Portanto, sendo essas as indagações, respondê-las-ei
uma a uma.
5. [ad 1] Ora, apesar da Sagrada Escritura não
utilizar diretamente o termo tatuagem, tatuar, ou correlatos direitos, a mesma
fala sobre o assunto; não utiliza deste termo, pois este termo é mais moderno; assim,
se a Sagrada Escritura não utiliza determinado termo, não significa
necessariamente que não trate do assunto que este termo se refere,
especialmente se forem palavras mais modernas; e isso não tolhe a inerrância da
Sagrada Escritura. Portanto, como o texto bíblico proíbe o ato de tatuar o
corpo, apesar de não utilizar do termo tatuagem, então, o ato de tatuar o corpo
é pecado.
Além disso, incorre em sofisma de princípio quem
arrola que a Sagrada Escritura não fala de algo apenas pelo fato de na Sagrada
Escritura não se utilizar o termo que está na moda para designar este algo. Aliás,
querer dizer o que a Sagrada Escritura diz ou não de acordo com os princípios
do que está na moda ou não é querer colocar a fé de acordo com a vontade
pecaminosa de cada um; e isto é luxuria e soberba.
6. [ad 2] A fé verdadeira é a que está embasada na
Sagrada Escritura, pois quem segue o que a Escritura ensina não erra (cf. Sl
119.1-3, 9, 11); no entanto, a Sagrada Escritura é ao mesmo tempo um livro
antigo e novo; antigo, porque foi escrito desde tempos antigos, e novo porque é
um texto vivo, inerrante e infalível, e por isso é sempre atualíssimo;
entretanto, existem termos mais modernos que não eram comuns nos tempos
bíblicos; todavia, que se saiba que o texto bíblico trata de todos os assuntos
humanos, embora com linguagem diferente dos linguajares dos tempos hodiernos;
por isso, se um termo não está deliberadamente na Escritura, não significa que
a Escritura permita ou proíba o que este termo significa e se refere.
Por exemplo, a Escritura não se utiliza originalmente
o termo casamento em muitos dos textos mais antigos – tal como o do Gênesis -,
entretanto incentiva e valora o casamento de maneira perfeita, apenas com
termos que eram comuns na cultura antiga (na cultura antiga era costume falar
se tornar os dois uma só carne para significar o casamento [cf. Gn 2.24]); e
outro exemplo, a Escritura não se utiliza originalmente do termo tatuagem, mas
o texto sagrado proíbe o ato de tatuar o corpo (que na cultura antiga era
descrito como fazer marcas ou pinturas permanentes em si [cf. Lv 19.28]); etc.
Portanto, é parte da fé obedecer o que a Sagrada
Escritura ordena que se pratique, bem como é parte da fé não praticar o que a
Sagrada proíbe que se pratique. Por isso, quem não segue este parâmetro,
estabelecido na própria Escritura, não está em conformidade com a fé verdadeira;
e quem não está nesta conformidade não participa da fé verdadeira.
7. [ad 3] Ora, sendo a fé verdadeira a que está em
conformidade com o que é transmitido na Sagrada Escritura, então quem peca
deliberadamente contra os ensinamentos bíblicos não é da fé, isto é, não é
cristão; por isso, alguém deixa de ser cristão se peca deliberadamente contra a
fé, seja agindo contra a moral revelada seja agindo contra a reta razão;
portanto, falar que alguém que se diz “cristão”, mas que tatua o corpo não é
cristão, não é religiosidade, mas apenas testemunhar da verdade, o que convém a
todo aquele que diz que tem fé, pois a fé verdadeira deve ser demonstrada com
as boas obras, isto é, na prática da verdade e na fé vivida integralmente, já
que do contrário tal fé é pior do que a fé dos demônios (cf. Tg 2.18-19).
8. [ad 4] Ora, mesmo que a contrariedade ao ato de
tatuar o corpo tenha sido evocada, nesta breve apologia, primordialmente a
partir de uma elucubração racional, ao se mostrar que tal ato é irracional, se
consegue compreender que tal ato é contra a fé; e aceitar o juízo da razão
naquilo que a reta razão pode conhecer da verdade não impugna a fé, antes a
dignifica; pois, sendo Cristo o Logos (cf. Jo 1.1), então tudo o que é
racional convém a fé, e tudo o que é irracional é contrário a fé.
Portanto, querer arrolar a autoridade da Escritura
onde se tem a comprovação e a demonstração de irracionalidade é vituperar a
própria autoridade da Escritura; aliás, quem pratica um ato irracional não tem
moral e nem virtude para querer evocar a autoridade da Sagrada Escritura seja
em qual assunto for.
Pois, sendo o ato de tatuar o corpo algo irracional,
então é parte da fé a rejeição deste ato, já que a autoridade da Sagrada
Escritura não é contra o que é racional, ao mesmo tempo em que é contra o que é
irracional; portanto, ser racional também é ser bíblico e ser bíblico é ser
racional, ao passo que ser irracional é ser anti-bíblico.
9. Deste modo, estas breves respostas são suficientes
para responder vossas indagações, as quais em parte já estavam respondidas e
explicadas na breve apologia que vós lestes; assim, espero que tais respostas
os encontrem bem, e oro ao bondoso Deus que a verdade transpareça em vossas
mentes e corações a fim de que não sejam confundidos por doutrinas de demônios,
muitas das quais advém com aparência de piedade e com a permissividade de
práticas luxuriosas (cf. 2Tm 3.5).
θεῷ χάρις!
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