Prólogo.
Ao tomar conhecimento, por meio de um dileto colega,
de que alguns “cristãos” neopentecostais, que se arrolam “autoridade espiritual”,
começaram a afirmar blasfêmias contra a obra do Espírito Santo, decidi
respondê-los o mais rápido possível, para confutar estas blasfêmias demoníacas.
Na verdade, os tolos e fraudes que se arrolaram “autoridade
espiritual” para afirmar isso, cometeram um pecado mortal, ao errarem em
coisas espirituais simples demonstrando com isso que não possuem vivência
espiritual, porque falam do que não vivem - ou seja, são hipócritas orgulhosos.
Pois, quem vive uma verdadeira espiritualidade não
erra nestas questões, seja por prudência seja por humildade; e o que falta na
corja neopentecostal (e num geral em todo o protestantismo) é justamente a
prudência, isto é, o não falarem do que não possuem certeza e/ou não podem ter
certeza, e falta humildade porque falam do que desconhecem, demonstrando que
são jactantes (e a jactância é uma manifestação da soberba quando esta já
apodreceu o coração).
Assim, escrevo esta resposta, a qual é mais do que
suficiente para confutar estes terríveis neopentecostais, alguns dos quais até
mesmo respeitados como “cristãos”, que falam aberrações sobre a obra do
Espírito Santo, cometendo assim os pecados concernentes a blasfêmia contra o
Espírito Santo.
Capítulo I: Cristo e a obra do Espírito Santo.
Inicia-se, portanto, explicando o que concerne a obra
do Espírito Santo; pois, a maior parte das aberrações perversas que são
afirmadas em pneumatologia provêm da compreensão errônea sobre este aspecto; o
Senhor Jesus Cristo afirmou categoricamente que o Espírito Santo é o Consolador
dos fiéis (cf. Jo 14.16); é o Espírito da Verdade (cf. Jo 14.17); é quem ensina
os fiéis todas as coisas (cf. Jo 14.26); é quem converte o mundo do pecado, da
justiça e do juízo (cf. Jo 16.8-11); é quem guia à verdade (cf. Jo 16.13); é
quem anuncia o que convém a Cristo (cf. Jo 16.14); etc.
Em suma, estas são algumas descrições sobre a obra do
Espírito Santo segundo o Senhor Jesus Cristo; portanto, o Santo Evangelho
apresenta a obra do Espírito Santo como alguém enviado pelo Pai no nome de
Cristo, tanto ao mundo (cf. Sl 104.30), quanto à Igreja (cf. Jo 20.22); por
isso, o Espírito Santo procede do Pai, e Sua obra no plano de redenção se dá na
regeneração (cf. Tt 3.5), na justificação (cf. 1Co 6.11), na santificação (cf.
Ef 3.16), na glorificação (cf. Ef 1.13-14); etc.
Além disso, se pode compreender a obra do Espírito
Santo em dois aspectos: primeiro, em relação a Sua obra no mundo; ora, o
Espírito age no mundo de três modos: preservando a Criação renovando-a
diariamente (cf. Sl 104.30), direcionando o caminho da ciência (cf. Is 40.14),
e outorgando a todos os homens os dons naturais para o desenvolvimento da vida
humana (cf. Êx 31.2-5); etc.
Segundo, em relação a Sua obra na Santa Igreja; ora, o
Espírito age na Santa Igreja de quatro maneiras: na proclamação do evangelho
(cf. At 18.28), na concessão de dons espirituais (cf. 1Co 12.4-11), no
fortalecimento na fé (cf. Ef 3.16), na vocação de sacerdotes à Santa Igreja e
na condução da liderança da Santa Igreja (cf. At 20.28); etc.
Portanto, em toda a Sagrada Escritura se tem o anúncio
da obra do Espírito Santo; e, neste quesito, assim como em tudo quanto diz
respeito a fé, deve-se orientar pelo que é transmitido na Sagrada Escritura,
tal como Orígenes, no livro IV do De Principiis, assevera: “devemos
tomar também, para a demonstração das coisas de que falamos, os testemunhos das
Divinas Escrituras” (cap. I); assim, o que concerne a obra do Espírito é
transmitido na Sagrada Escritura; e o que estiver contra a Escritura neste
assunto tão delicado deve ser tido como anátema.
Pois, os erros pneumatológicos são justamente
expressão de desconhecimento bíblico e de irracionalidade, onde se afirma que
algo é obra do Espírito Santo enquanto que na Sagrada Escritura se demonstra
que tal algo não é obra do Espírito Santo; a respeito disso, Eusébio de
Cesareia, no livro V da História Eclesiástica, descreve os erros dos
montanistas que servem para exemplificar isso: “aquele inefável Teodoto, o
primeiro intendente, por assim dizer, de sua pretendida profecia, achando-se um
dia como que elevado e alçado aos céus, entrou em êxtase e entregou-se por
completo ao espírito do engano, e então, lançado com força, acabou desastrosamente”
(cap. XVI, n. 14); e esta é apenas uma entre muitas histórias similares que se
encontram no decorrer da história da Igreja.
Ora, aquilo que erroneamente se atribui ao Espírito
Santo, na verdade, é obra de um espírito de engano, que pode manifestar até
prodígios no céu (cf. Ap 13.13-14), mas sempre induz ao engano e a mentira (cf.
Is 19.14), e não traz honra a Cristo.
Por isso, se tomar como obra do Espírito Santo o que
não é, na verdade isso é total falta de discernimento espiritual; os insolentes
neopentecostais, as mais das vezes, atribuem ao Espírito Santo algo que na
verdade é obra de demônios, cometendo assim várias blasfêmias contra o Espírito
da Verdade.
Em suma, esta deve ser a orientação a respeito de como
entender e compreender a obra do Espírito Santo segundo o ensinamento da
Sagrada Escritura, conforme o Senhor Jesus Cristo nos ensina no Santo
Evangelho.
Capítulo II: Os sofismas sobre a unção.
No entanto, mesmo que estas palavras sejam mais do que
clarividentes, ainda sim, entre a corja neopentecostal, existem aqueles que
arrolam sofismas blasfemos contra o Espírito Santo, principalmente ao se
utilizarem do vocábulo unção; o vocábulo unção se tornou a palavra da moda
entre aqueles que dizem possuir “autoridade espiritual”, enquanto na
verdade são apenas instrumentos do espírito de engano.
Ora, se compreende muitos erros sobre a Pessoa e a
Obra do Espírito Santo a partir do que a casta neopentecostal afirma sobre a unção;
com isso, se evoca os principais e mais bizarros sofismas que os
neopentecostais (e grande parte do pentecostalismo hodierno) afirma sobre a unção,
os quais são:
1. A primeira e a mais corriqueira bizarrice hedionda
que os neopentecostais afirmam sobre a Unção está na interpretação desvairada
de Is 61.1-3; ora, para os neopentecostais o termo “ungiu” neste texto
refere-se a todos os fiéis, em especial os líderes das “denominações” neopentecostais,
para designar uma espécie de “unção” especial que os difere dos demais e os
coloca como autoridade absoluta sobre outras pessoas; no entanto, tanto no
sentido literal quanto no sentido místico, este texto sagrado aponta para
Cristo e somente para Cristo; esta unção anunciada em Is 61.1-3 é somente para
o Cristo, o ungido de Deus; portanto, querer afirmar algo diverso deste texto é
incorrer em heresia monstruosa, já a interpretação do texto sagrado delimita o
modo como o mesmo deve ser aplicado, principalmente em textos que descreverem
características exclusivas das Pessoas da Santíssima Trindade. Esta unção de Is
61.1-3 é a unção de Cristo; querer arrolar tal unção para si ou para outrem é
querer usurpar o lugar de Cristo. Então, os neopentecostais ao promoverem
sofismas sobre a unção acabam por propagar o espírito de usurpação.
2. Ademais, os neopentecostais afirmam loucuras sobre
a interpretação de 1Jo 2.27; ora, os neopentecostais afirmam isso tanto para
desmerecer a necessidade do estudo, quanto para arrolar uma “autoridade” de
saber no qual não precisam aprender nada, a não ser o que recebem como “unção”;
ora, isso é orgulhosa perversidade; pois, o significado da unção em 1Jo 2.27 é
a presença do Espírito Santo no coração que ensina os fiéis tudo quanto
concerne a Cristo (cf. Jo 16.14); e isto não impugna a necessidade do estudo e
nem é certificado de autorização para ilogicidade e irracionalidade, como os
líderes neopentecostais gostam de arrolar para si “autoridade espiritual”
enquanto servem lixos espirituais para o séquito que os acompanha. Portanto, de
acordo com 1Jo 2.27 se entende, tanto no sentido literal quanto no sentido
místico, que a unção se refere a obra do Espírito Santo em conduzir e abrir o
entendimento dos fiéis para as coisas espirituais transmitidas nas Sagradas
Escrituras.
3. Ademais, as heresias abjetas sobre a unção que os
neopentecostais gostam de afirmar de maneira obstinada, são talhadas a partir
de alegorias irracionais a partir destes dois textos, tanto o de Is 61.1-3
quanto o de 1Jo 2.27; na verdade, a partir de Is 61.1-3 os neopentecostais,
movidos pelo espírito de engano, criam uma enorme série de “unções”: unção do
riso, unção de reconstrução, unção que despedaça o jugo, unção de libertação,
unção de cura, unção de conquista, unção de ousadia, unção de coragem, unção
disto ou daquilo, etc.; na verdade, esta série maléfica de “unções” são todas
blasfêmias contra a verdade, pois não estão na verdade revelada e nem podem ser
pressupostas a partir de algum dos sentidos da Sagrada Escritura; portanto, estas
“novas unções” são formas diversas através das quais o demônio engana e engoda
para velar o modo como agem para induzir os homens a pensarem que tais
“manifestações” são obra do Espírito Santo.
4. Ademais, nem se precisa adentrar em pormenores
nestas bizarrices neopentecostais, já que se dá para comprovar as heresias
sobre o significação da “unção” a partir dos critérios lógicos; se alguma
sentença afirmada sobre a unção contradizer algum princípio lógico, então tal
sentença é errada e não provém da obra do Espírito Santo; aliás, se alguma
sentença afirmada sobre a unção não provém da Sagrada Escritura tal sentença
deve ser tida como anátema; novamente, se afirma em alto e bom tom, as heresias
sobre o significado do vocábulo “unção” propagadas pelos neopentecostais e por
outros são todas permeadas por ilogicidade.
E, em suma, estes são os mais bizarros e os mais
corriqueiros sofismas a respeito da designação bíblica sobre a Unção; e pior,
estes sofismas foram impregnados de tal modo que se afirmar algo contra eles é
o mesmo que mexer com as mãos num ninho de vespas venenosas.
Entretanto, estes sofismas apregoados com tanto gosto
pela corja neopentecostal, são na verdade expressão de obra demoníaca, porque
esses ao serem corrigidos são ainda mais propagados por aqueles que são
confutados, demonstrando assim que são instrumentos das fortalezas diabólicas
que se instauram através de sofismas espirituais, pois são altivez que se
levanta contra o conhecimento de Deus (cf. 2Co 10.4-5); a altivez contra a
logicidade é demonstração de soberba no coração; é próprio dos soberbos se levantarem
contra a logicidade, e/ou permanecerem de modo obstinado em ilogicidade quando
são confrontados.
Capítulo III: A obra do Espírito Santo é perfeitamente
lógica.
Ademais, se constata que muitos dos sofismas
propagados sobre assuntos espirituais são na verdade fruto de ilogicidade, são
práticas ilógicas; e ao contrário do que se afirma, o Espírito Santo não age de
forma ilógica; pois, Jesus Cristo é Logos; portanto, o que concerne a
fé, em tudo, é algo lógico.
Portanto, o Espírito Santo, que testemunha de Cristo
(cf. Jo 16.13-14), em Sua obra age de maneira lógica; pois, o cristocêntrismo,
a órbita da pneumatologia, é permeado pela lógica; na verdade, só existe
cristocêntrismo onde há logicidade, e a cristologia em tudo é algo lógico; na
verdade, onde há ilogicidade se tem o espírito do anticristo.
Pois, a ilogicidade é própria dos demônios; por isso,
onde há obra do Espírito Santo se tem perfeita concórdia lógica, mesmo nos dons
e maravilhas operados pelo Espírito Santo. Com isso, se constata que os
sofismas sobre a obra do Espírito Santo são todos eles, em maior ou em menor
grau, calcinados na ilogicidade; pois, a falsa experiência espiritual é
permeada totalmente pela ilogicidade.
E, por isso, se criou uma pseudo-doutrina no
protestantismo (e que infelizmente acabou por permear também as sés
apostólicas) de que a obra do Espírito Santo é contrária a lógica ou de que o
Espírito Santo age contra a lógica; e isto é um dos maiores sofismas já
inventados pelos demônios quanto aos assuntos espirituais; aliás, tudo quanto
concerne a obra do Espírito Santo está em ordem a lógica, pois o próprio
Espírito Santo criou a mente humana para funcionar de maneira lógica e o
próprio Espírito Santo demonstra pelas Divinas Escrituras que age de maneira
lógicas.
Na verdade, o Espírito Santo, como diz Hans Urs von
Balthasar, o “administrador fiel da revelação de Deus e seu livre intérprete
em todas as formas humanas de pensamento”, administra a revelação e conduz
a sua adequada interpretação de maneira perfeitamente lógica; toda a revelação
divina é lógica, e toda a interpretação da revelação é permeada pela lógica.
Por isso, a perfeição lógica é uma propriedade inspiracional das Sagradas
Escrituras.
Portanto, a obra do Espírito Santo, seja no mundo seja
na Santa Igreja, é uma obra perfeitamente lógica; a perfeição lógica é um
atributo glorioso da obra do Espírito Santo, e através disso se sabe no que
consiste verdadeiramente a obra do Espírito de Deus.
Aliás, este é um critério racional para se constatar
se algo provém ou não de Deus, a saber: se é algo lógico provém de Deus, se é
algo ilógico provém dos demônios; e esta regra é apodítica e infalível para se
averiguar qualquer assunto espiritual.
Outrossim, é que os critérios lógicos são uma eficaz e
apodítica ferramenta para se demonstrar os tolos e fraudes que se arrolam “autoridade
espiritual”, enquanto na verdade são apenas homens e mulheres orgulhosos
que promanam engano e mentira do altar da própria imbecilidade; a falsa “autoridade
espiritual” é calcinada na ilogicidade.
***
E conclui-se esta breve resposta, escrita a fim de
confutar alguns erros terríveis que têm sido propagados costumeiramente pela
corja neopentecostal em assuntos que tocam a própria intimidade do Ser de Deus;
portanto, se faz necessário sempre que possível, e de maneira adequada e
sóbria, confutar e confrontar estes erros hediondos que tem levados milhões
para o caminho da perdição, posto tais erros serem blasfêmias contra o Espírito
Santo.
θεῷ χάρις!
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