Nota Inicial.
Noutro escrito, intitulado “Sobre
a Inferência da Liberdade”, se analisou o fenômeno da inferência da
liberdade; e fora afirmado que se toma o termo inferência não no sentido de
silogismo, mas no sentido de intentar deliberadamente contra algo, no caso, a
liberdade; portanto, a inferência da liberdade é o intentar contra a liberdade,
isto é, obstruir, violar e/ou desrespeitar a liberdade, seja por quais meios
for; e como fora dito, este fenômeno ainda não havia sido descrito
adequadamente (salvo o engano), ou pelo menos, não havia sido definido tal como
realmente era, o que se fora feito neste escrito mencionado.
Mas, conquanto este fenômeno não
tenha sido descrito adequadamente, ao se defini-lo e descrevê-lo, se apercebeu
de algo alarmante; pois, a inferência da liberdade é açambarcada como uma
morbidade da alma (morbi animi); os atos de inferência da liberdade são
evidência de morbidade da alma, bem como os inferidores da liberdade possuem
doenças psíquicas; e isso, não há como negar, pois, o provam tanto a reta razão
quanto a ciência, e a próprio estudo sobre a alma.
Portanto, em continuidade ao primeiro escrito sobre a inferência da liberdade, se estabelece este outro escrito, sobre a inferência da liberdade e as doenças psíquicas; se, no primeiro escrito, possa haver dúvidas e questionamentos sobre algumas descrições e definições, neste segundo escrito fica demonstrado de maneira apodítica que a inferência da liberdade está amalgamada com as doenças psíquicas.
Prólogo.
1. O ato ou a ação da inferência da liberdade, não somente é evidência
de apostasia, no sentido religioso, e não somente é sinal de destruição do
direito e da justiça, no sentido sócio-político, mas principalmente e
fundamentalmente, a inferência da liberdade é uma morbi animi, uma
morbidade da alma, uma doença da alma; Cícero, em suas “Discussões
Tusculanas”, fala sobre as doenças da alma (morbi animi), que por
sua vez, são instauradas a partir da rejeição a razão (aspernatio rationis);
portanto, a caracterização ciceroniana das doenças da alma é a rejeição a
razão; logo, a inferência da liberdade, por ser desveladamente uma rejeição a
razão, é uma doença da alma.
2. Mas, não qualquer doença; pois, apesar de ser uma doença da alma, não
é uma doença como a esquizofrenia, ou como o alzheimer, etc.; na verdade, a
psiquiatria ainda não desenvolveu de maneira adequada o estudo sobre as
patologias provenientes da aspernatio rationis descrita por Cícero;
todavia, são patologias indiscutíveis, as quais, o próprio Cícero fornece uma
lista bem precisa e que está notoriamente presente no cotidiano das sociedades
adoecidas de maneira bem mais alarmante do que se possa imaginar; e, como a
natureza destas doenças da alma é a rejeição a razão, tudo aquilo que é
irracional de maneira “consciente” e/ou deliberada, na verdade, é parte destas
doenças, entre quais, evidentemente, está a inferência da liberdade, que como
fora dito, se enquadra na descrição das doenças da alma feita por Cícero.
3. Deste modo, se faz necessário elucubrar sobre a inferência da liberdade, sua natureza como parte da rejeição a razão (aspernatio rationis), sua existencialidade como uma doença da alma e sua relação com as doenças da alma; se a liberdade, como bem afirmara Leão XIII, é um excelente bem da natureza, então, a inferência da liberdade, é a destruição deste bem, e, por isso, é algo viciante e vicioso; se a inferência da liberdade, por natureza, é contra a própria liberdade, então, os frutos da inferência da liberdade são contrários aos frutos da liberdade; e, sendo a liberdade um excelente bem e um dom gracioso, então, o contrário da liberdade, a não-liberdade, manifesto na inferência da liberdade, é um mal terrível e um vício medonho; disto, se apercebe o porquê a inferência da liberdade é uma rejeição da razão, e se compreende, a consequência disto, em ser uma doença da alma, e não somente uma doença, mas possui os gérmens a partir dos quais florescem várias outras doenças da alma, e por consequência, em doenças sociais. Portanto, se faz necessário investigar a inferência da liberdade e sua relação com as doenças psíquicas.
Capítulo I: A Não-Liberdade e a Inferência da Liberdade.
4. A inferência da liberdade, este terrível mal que assola a sociedade,
é fruto da não-liberdade; e, todo o amplo escopo da não-liberdade, acopla uma
série de consequências, entre as quais, as mais evidentes são os atos de
inferência de liberdade; logicamente, por ser parte e ser açambarcado pela
não-liberdade, os atos de inferência da liberdade são permeados pelas
consequências gerais da não-liberdade, bem como pelas consequências específicas
inerentes aos atos de inferência da liberdade; estas consequências estão
interligadas, mas as consequências da inferência da liberdade só se tornam
evidentes quando se ocorrem atos de inferência da liberdade, enquanto que as
consequências da não-liberdade permeia tudo e todos quando há a não-liberdade.
5. Portanto, a inferência da liberdade é um dos males provenientes da não-liberdade; logo, os próprios males intrínsecos a inferência da liberdade são demonstração da não-liberdade somada a atitude dos homens em quererem usurpar da liberdade o senhor da mesma, a saber, o próprio Deus; todos os atos de inferência da liberdade são uma forma de os homens, em suas ações, atentarem contra aquilo que pertence a Deus; com isso, os homens, em suas ações de inferência de liberdade, acabam por incorrer numa luta contra Deus; e, assim, tornam-se bestializados; na verdade, a inferência da liberdade, em relação as coisas espirituais, é atestado que confirma o estado de soberba em grau máximo; e em relação as coisas naturais, é atestado que confirma a destruição da inteligência e da consciência, e da vituperação da dignidade humana tanto em relação a si mesmo quanto em relação aos outros seres humanos e a sociedade como um todo.
Capítulo II: A rejeição a razão e a inferência da liberdade.
6. Deste modo, pode-se compreender que a inferência da liberdade, não
somente é evidência da não-liberdade, mas por isso mesmo, é evidência da
rejeição a razão; os inferidores da liberdade, são calcinados na rejeição a
razão; e a rejeição a razão é uma psicopatologia que assola uma sociedade que
vive na não-liberdade; na verdade, a inferência da liberdade é sinal de uma
morbidade da alma; a inferência da liberdade, sendo evidência da rejeição a
razão, ao se cristalizar e consumar, não somente atesta a própria rejeição da
razão como morbidade da alma, mas demonstra que a própria inferência da
liberdade, não somente é uma morbidade da alma, mas a prova de que a própria
alma se tornou em elemento propulsor de outras morbidades; por isso, os
inferidores da liberdade são sempre potenciais contaminadores.
7. Além disso, sendo a inferência da liberdade evidência de rejeição a razão, então, os inferidores da liberdade, sempre odiarão a liberdade, pois, liberdade se amalgama com racionalidade, e vice-versa; portanto, a inferência da liberdade além de ser evidência da rejeição a razão, é evidência da imbecilização total; logo, os inferidores da liberdade, se tornam em instrumento de propagação dos males provenientes da não-liberdade, tanto em si mesmos quanto para a sociedade; pois, a inferência da liberdade se torna um mal social terrível, enquanto semeia e germina outros males que são provenientes da não-liberdade. Deste modo, a rejeição a razão se coaduna com a inferência da liberdade, e é prescritiva como um sintoma da rejeição a razão, bem como um sintoma, que a medida que “proporciona” a continuidade da inferência da liberdade, produz outras morbidades ainda mais terríveis e adoecedoras do que a rejeição a razão. Inferência da liberdade e rejeição a razão são amalgamadas, tanto no sentido de serem práticas hediondas, quanto no sentido de serem açambarcadas na descrição das morbi animi, e ainda no sentido de destruírem a dignidade humana.
Capítulo III: A inferência da liberdade e a recusa em se aperceber da realidade.
8. E, além da inferência da liberdade se coadunar com a rejeição a
razão, e vice-versa, a inferência da liberdade se coaduna com a recusa em se
aperceber da realidade, e vice-versa; e, da recusa em se aperceber da
realidade, se avolumam ainda mais patologias na alma, psicopatologias que se
tornam expressão não somente da rejeição a razão, mas da negação da própria
realidade, de uma recusa “consciente” em se aperceber que a consciência está
percebendo a realidade (evidência de uma doença da alma); por isso, o que
Doderer definira literariamente através da pressuposição da “recusa em se
aperceber da realidade”, é a descrição cirúrgica do estado de alma de uma
sociedade que se deixa dominar pela não-liberdade; na verdade, a recusa em se
aperceber da realidade, é a evidência da implementação plena do estado de
não-liberdade (que também ocasiona o estado de não-conhecimento).
9. Deste modo, a inferência da liberdade é uma das manifestações da recusa em aperceber da realidade; pois, os inferidores da liberdade, na verdade, são aqueles que recusam a se aperceber da realidade, devido aos atos de inferência da liberdade; pois, a inferência da liberdade, em si mesma, é um ato contra a realidade, já que destrói a racionalidade e calcifica a imbecilidade; logo, a inferência da liberdade contribui para a instauração absoluta da recusa em aperceber da realidade como norma social, como princípio normativo de uma sociedade doente e adoecedora; e, não somente isso, mas a recusa em se aperceber da realidade, se torna a fonte das normativas para a inferência da liberdade, a qual se torna expressão as morbidades da alma; portanto, a recusa em se aperceber da realidade tem como um de seus frutos, em consonância com a rejeição a razão, a inferência da liberdade, a qual, não somente atesta o vilipendio contra a realidade, mas um “desastre nuclear” contra a própria liberdade. A recusa em se aperceber da realidade, assim como a rejeição a razão, são por definição, anti-liberdade, e expressão da não-liberdade.
Capítulo IV: A inferência da liberdade e as doenças psíquicas.
10. Com isso, se pode afirmar que a inferência da liberdade produz
doenças na alma, além de ser evidência de doenças na alma, tais como a rejeição
a razão e a recusa em se aperceber da realidade; tanto a rejeição a razão
quanto a recusa em se aperceber da realidade são expressão e se coadunam com a
inferência da liberdade; e, assim, tanto uma quanto a outra, são doenças em
parte específicas (faculdades) da alma; respectivamente, são doenças na parte
intelectiva e na parte sensitiva da alma. Portanto, a inferência da liberdade
se coaduna não somente com doenças nestas partes da alma, mas em todas as
partes da alma; assim sendo, a inferência da liberdade é a porta de entrada de
muitas doenças psíquicas.
11. Deste modo, a inferência da liberdade é a causa de três formas de
doenças psíquicas, as quais são: primeiro, doenças psíquico-vegetativas;
segundo, doenças psíquico-sensitivas; terceiro, doenças psíquico-intelectivas.
Primeiro, doenças psíquico-vegetativas; são doenças na faculdade vegetativa da
alma; e afeta tudo quanto diz respeito a faculdade vegetativa da alma. Segundo,
doenças psíquico-sensitivas; são doenças na faculdade sensitiva da alma; e
afeta tudo quanto diz respeito a faculdade sensitiva da alma. Terceiro, doenças
psíquico-intelectivas; são doenças na faculdade intelectiva da alma; e afeta
tudo quanto diz respeito a faculdade intelectiva da alma.
12. Com isso, se pode observar as três formas de doenças psíquicas que são provenientes da inferência da liberdade; portanto, nestas três formas de doenças, se estabelecem inúmeras outras doenças, inúmeras outras morbidades, mas que tem como fonte a esquizofrenização ou a deformação de uma destas faculdades da alma, através de atos anti-racionais e da recusa em aperceber da realidade. Portanto, se faz necessário investigar no que concerne, bem como investigar as consequências destas doenças psíquicas que se calcificam a partir da inferência da liberdade.
Capítulo V: As variações da doença inerente a inferência da liberdade.
13. Ora, sendo a inferência da liberdade parte do que é descrito como morbus
animi, então, necessariamente, tal como na morbus animi, a
inferência da liberdade possui as mesmas variações da doença; no entanto, com a
diferença de que são atos e ações que sempre se praticam com vista a vituperar
a liberdade; logo, aqueles que praticam atos e ações de inferência da
liberdade, os inferidores da liberdade, estão num estado de alma doentio.
14. Cícero houvera elencado uma lista de variações da doença inerente a morbus
animi (cf. Discussões Tusculanas, IV, 23-32); logo, a partir da
descrição de Cícero, se acopla as mesmas descrições, todavia, com atos que
vituperam a liberdade; e as manifestações desta doença são as seguintes:
ganância contra a liberdade, isto é, qualquer forma de ganância contra atos e
ações contra a liberdade do próximo; busca de status a partir da inferência da
liberdade, isto é, aqueles que buscam ganhar benefícios e/ou posições, ou fama
e honra a partir de atos contra a liberdade do indivíduo; vícios de guloseimas
e lanches como forma de velar as práticas viciosas; irascibilidade contra a
liberdade, isto é, ira toda vez que o próximo exerce a liberdade que lhe
convém; desejo incontrolável pela liberdade do próximo, isto é, neurose
obsessiva com respeito ao indivíduo exercer a liberdade que lhe convém pela lei
humana e pela lei divina; misantropia em relação a liberdade, isto é, atos de
inferência da liberdade que demonstram ódio contra a humanidade e que buscam
acabar com a socialidade do indivíduo; misoginia ou misandria em relação a
liberdade.
15. Este catálogo de sintomas, que emergem das variações da doença da inferência da liberdade são, por sua vez, assombrosos; pois, os inferidores da liberdade são, por sua vez, pessoas doentes e que possuem morbidades na alma; no caso específico da inferência da liberdade, são morbidades que acutilam o indivíduo de tal modo, que não são apenas doenças, mas crimes; pois, os atos de inferência da liberdade são crimes contra a Constituição e crimes contra os Direitos Humanos; e, além, são blasfêmias contra a lei divina, e por isso, atos de apostasia e de luta contra Deus. Logo, os inferidores da liberdade, possuem doença na alma e possuem doenças espirituais que os fazem sempre estar contra a humanidade e contra Deus.
Capítulo VI: A inferência da liberdade e a Segunda Realidade.
16. Deste modo, se constata que a inferência da liberdade, acaba por
ocasionar que àqueles que são permeados pelos atos viciosos que emergem da
inferência da liberdade, aquilo que fora chamado por Robert Musil de Segunda
Realidade; os inferidores da liberdade são aqueles que vivem sob a sombra da
Primeira Realidade (verdadeira realidade), e que são permeados pelos ditames da
Segunda Realidade (a falsa realidade, ou não-realidade).
17. O conceito de Musil sobre a Segunda Realidade, segundo Voegelin,
refere-se “as construções peculiares que pretendem eclipsar a primeira
realidade em que vivemos”; logo, aqueles que inferem a liberdade, em suas
ações de inferência da liberdade, demonstram que querem eclipsar a primeira
realidade; pois, todo ato de inferência da liberdade é um atentado contra a
realidade e, por isso, ao mesmo tempo um atentado contra a verdade; portanto,
os inferidores da liberdade, em suas ações e práticas, são inimigos ferrenhos
da realidade.
18. Além disso, a instituição, ou a castificação, dos atos de inferência da liberdade, quando os mesmos são tidos como sem nenhum perigo, ou quando se tornam prática corriqueiras de um indivíduo ou de toda uma sociedade, então, isto significa que fora instituída um sistema de valores e normas sociais contrário a realidade, contrário a verdade e contrário a liberdade; este sistema de valores permeia as ações humanos, e torna os homens sujeitos a uma impregnação passiva de hábitos nefastos e destruidores, tanto em relação ao indivíduo quanto em relação a sociedade, entre os quais, evidencia-se a implementação (ou a efetivação) da Segunda Realidade; com isso, os inferidores da liberdade são aqueles que através dos atos e ações de inferência da liberdade, demonstram que buscam viver de acordo com a Segunda Realidade; isto, evidentemente, é uma doença patológica, na qual a consciência consciente é desfigurada para dar a uma consciência imaginária que busca tudo menos o real, o que se demonstra de variadas maneiras - as variações manifestas da doença -, tal como fora afirmado no capítulo anterior.
Capítulo VII: A inferência da liberdade e o prognóstico das doenças que emergem da Segunda Realidade.
19. Assim sendo, se pode afirmar que a partir da inferência da
liberdade, evidenciada nas ações dos inferidores da liberdade, se consegue
fazer um prognóstico das doenças que emergem da Segunda Realidade; pois, as
doenças que se tornam manifestas naqueles que buscam ou que já vivem na Segunda
Realidade, são doenças que afetam tanto o indivíduo quanto a sociedade; por
isso, compreender estas doenças ajuda a compreender o que emerge e é semeado
pela inferência da liberdade, o que, poucos se apercebem da gravidade dos atos
de inferência da liberdade.
E, se torna algo ainda mais alarmante ao se perceber a constância e a
quantidade cada vez maior de pessoas que inferem a liberdade, sendo que a
inviolabilidade da liberdade é preceito apodítico da lei moral natural; logo,
os atos de inferência da liberdade, é sinal de que tanto a lei moral natural
fora corrompida, quanto a consciência dos inferidores também fora corrompida,
já que não se apercebem da gravidade de tais atos.
20. Deste modo, se pode fazer o seguinte prognóstico das doenças que
emergem da Segunda Realidade, o qual, se dá de dois modos: primeiro, pela
análise dos atos de inferência da liberdade, os quais, por si mesmos, são
suficientes para designar a impregnação de hábitos que buscam ou que já evocam
a Segunda Realidade; segundo, através dos efeitos destes atos no indivíduo e na
sociedade. Em relação ao primeiro, se pode utilizar de vários elementos para se
constatar e analisar os inferidores da liberdade; em relação ao segundo, se
observa as consequências diretas e indiretas, conscientes e inconscientes, dos
atos de inferência da liberdade.
21. Por isso, do prognóstico das doenças que emergem da Segunda Realidade, se pode constatar três coisas: primeiro, uma estrutura patológica no cerne da consciência; segundo, a evocação de que o desprezo do argumento racional contra os ditames da Segunda Realidade é algo aceitável e normal; terceiro, a normatização do desprezo (ou rejeição) a razão. Por isso, quando Doderer evoca a recusa em se aperceber da realidade como termo conceitual e diagnóstico deste estado de consciência doentio, isso, por sua vez, castifica a consciência naquilo que fora definido como consciência seletiva, a consciência que só seleciona aquilo que é ruim, já que o desprezo pela primeira realidade a torna totalmente suscetível as consequências da Segunda Realidade, ocasionando o que Nietzsche chamara filosoficamente de “magia do extremo”.
Capítulo VIII: A inferência da liberdade e a calcificação das morbidades na alma.
22. Assim sendo, se pode falar da inferência da liberdade e das
manifestações variegadas da doença que da mesma emerge, como meio de
calcificação das morbidades na alma; pois, os atos de inferência da liberdade,
como evidenciam algumas manifestações das doenças que emergem da Segunda
Realidade, não somente somatizam outras manifestações da doença, mas calcifica
de maneira quase que indissolúvel as morbidades na alma, tornando a alma não
mais alma sóbria e racional, mas alma mórbida, com várias espécies diferentes
de morbidades psíquicas, muitas das quais, ocasionando desordem interior, bem
como atos de vícios, atos viciosos e atos viciantes.
23. Portanto, a inferência da liberdade, além de servir aos propósitos
das ideologias nefastas, também ocasiona consequências terríveis e, muitas
vezes, irreversíveis aos indivíduos e a sociedade; pois, os atos de inferência
da liberdade afetam o indivíduo que os pratica, afeta aqueles que sofrem com
tais atos, e acabam por envenenar toda a vida social com os venenos da
não-liberdade e com os vícios e doenças da Segunda Realidade. Deste modo, a
inferência da liberdade, os atos de inferência da liberdade, são praticados e
se tornam hábitos, e isso efetiva a calcificação das morbidades da alma, tanto
no indivíduo quanto na sociedade. E, o que disto resulta, é o caos social, ou
aquilo que Francis Schaeffer chamara de “morte na cidade”.
24. Termina aqui esta explicação sobre a relação entre a inferência da liberdade e
as doenças psíquicas. Bendito seja Deus por todas as coisas. Amém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário